sexta-feira, 4 de novembro de 2011

+ Ele Não É Ninguém

Soneto 165
             ELE NÃO É NINGUÉM

Ele não é gênio
Pois não me concede desejos
Ele não é mestre
Porque não deixa discípulos

Ele não é rei
Pois não tem coroa ou súditos
Ele não é deus
E ninguém se mata em seu nome

Ele não é igual
Pois eu e ele
Somos muito diferentes

Ele não é ninguém
Embora inunde-nos
Com suas ideias coerentes

Maknim
28/06/2011

Aquele tudo que não é nada...

High Five - o/
27

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

+ Paixão Diversificada

Soneto 164
             PAIXÃO DIVERSIFICADA

Em uma mesma época
Se apaixonar e não perceber
Não por uma pessoa
Mas tantas quanto pude ver

A linda negra, dócil e alegre
A baixinha fofinha e embriagada
A atual mãe perdida e adorável
A loirinha de fantasia delicada

Olhos claros, verdes penetrantes
Sorriso metálico, roupas colantes
Bem vestida em roupas conservantes

Escolhas que a mente ainda enfrenta
Diversas paixões e o corpo se tenta
Tantas quantas o coração aguenta

Maknim
27/06/2011

Mais uma das paixões e dessa vez tentei expressar a fundo o que venho tentando nas outras da mesma série, que é o fato de se apaixonar por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, mas depois descobri que era o desejo incontrolável que tomava conta do corpo e da mente. Nesse soneto descrevi as "paixões" que surgiram no final do ano passado, época de término da faculdade...

High Five - o/
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+ Garantia

Soneto 163
             GARANTIA

Não é garantido
Tenho tido esse mesmo azar
Eu não me garanto
Mas por enquanto vou tentar

Não há garantia
Mas talvez um dia eu vá voltar
Ninguém se garante
No exato instante que eu chegar

Nada é garantido
Algo está perdido
Quem que bate à porta e quer entrar?

Um pouco esquisito
Faço e tenho dito
Já não mais importa o que virá

Maknim
27/06/2011

Misturando um pouco os sentimentos da época, mas a inspiração mesmo veio de um certificado de garantia, só não lembro do que, e tentei tomar o sentido daquela festa de Parintins, onde há os bois Garantido e Caprichoso,,, quem sabe eu faça um soneto com o nome de Capricho, rs.

High Five - o/
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

+ Tirá-la

Soneto 162
             TIRÁ-LA

Ela tira-me de seu pensamento
Vou tirar a água dos pulmões
Tirar o sopro do coração
Tirar o sangue da bexiga

Vou tirar a urina dos pés
Tirar o sustento do reto
Tirar a merda do cérebro
Tirar as ideias dos olhos

E tiro as lágrimas das mãos
Vou tirar o toque do pênis
Tirar o gozo da boca

E tirar o beijo do ânus
Tirar a hemorróida dos rins
Vou tirá-la do meu pensamento

Maknim
25/06/2011

Frases complementares para a ideia de que, se ela me tira de lá, eu a tiro daqui, e tudo mais que houver pelo corpo, onde uma frase começa em uma verso e termina em outro, dando um sentido mais amplo, diferenciado, escroto e escatológico.

High Five - o/
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+ B.R.

Soneto 161
             B.R.

Quanto maior as dificuldades
Maior o sorriso no rosto
Vejo isso em todas as tardes
E no dia seguinte tudo de novo

Nos papéis trocados
Na comida preparada
Nos banheiros limpos
Nas portas vigiadas

Nas carrocinhas de reciclagem
Nos pratos servidos no almoço
A Baixa Renda é que move a cidade

E isso com pouco dinheiro no bolso
Quanto maior as dificuldades
Maior o sorriso no rosto

Maknim
22/06/2011

O que move nosso país, soneto dedicado a todos(as)vigilantes, faxineiras, cozinheiras, garis, carroceiro, serventes, ajudantes de pedreiros, de cozinha, camareiras, engraxates, e por ai vai, a toda classe trabalhadora que vive da Baixa Renda e mesmo assim mantem o animo de acordar no dia seguinta para ir à luta e garantir seu sustento e o de sua família, sempre mantendo o bom humor, o sorriso no rosto, a vontade de seguir dia após dia, coisa que muitas pessoas que tem condições até melhores e não tem essa capacidade de curtir e aproveitar o simples fato de estar vivo e ter condições de lutar e conquistar o que quiser, por mais difícil que seja.

High Five - o/
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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

+ Comparadas

Soneto 160
             COMPARADAS

Qual tem o melhor brinquedo?
Qual tem a melhor roupa?
Qual tem os maiores seios?
Qual pode ser mais louca?

Qual tem as melhores medidas?
Qual tem o melhor penteado?
Qual tem a menor roupa?
Qual tem o melhor namorado?

Qual tem o mais caro carro?
Qual tem o melhor emprego?
Qual tem a maior casa?

Qual se aposenta primeiro?
Qual demora a envelhecer?
Qual terá o último enterro?

Maknim
18/06/2011

Soneto que fala das comparações entre as mulheres. Segundo estudos, o homem faz de tudo para impressionar as mulheres, e as mulheres fazem de tudo para mostrar superioridade perante outras mulheres, sempre fazem de tudo para contar vantagem perante outras, e é verdade, é o que mais noto, sempre comparam o que elas tem com o que as outras tem. Duro, mas é verdade.

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

+ Vampiro Cristão

Soneto 159
             VAMPIRO CRISTÃO

Desde que ganhei minha nova vida
Não esqueci de quando era vivo
Das minhas vontades escolhidas
Novos sonhos então tenho tido

A água benta me tira essa sede
Algo que me queima por dentro
Eu honro a cruz na minha parede
Mas não a olho cem por cento

A noite fria me traz um vazio
Na biblia encontro o meu conforto
Me queima os olhos, a vista desvio

A luz do sol me aquece o corpo
Meu senhor me protege do frio
Agora em cinzas, vampiro morto

Maknim
15/06/2011

Esse segundo soneto, Vampiro Cristão, é uma sátira, uma brincadeira, imaginando-se como seria um vampiro se ele fosse cristão (diferente dos cristãos que são "vampiros"), os dois textos eu demorei muito tempo para elaborar, cerca de 2 anos, e o primeiro não ficou bem do jeito que eu queria, e esse ficou melhor do que eu esperava, satiriza bem mesmo, apesar de ser diferente daquilo que tinha imaginado.
Com relação ao texto, não há comentários adicionais, ele mesmo já mostra um cidadão cristão em vida, que depois de "diablerizado" transformou-se em um vampiro, e continuou sua rotina, tendo um final inesperado.
O texto ficou muito resumido devido a limiticidade que um soneto traz, mas acho que ficou bem explicado como foi ao vampiro descobrir a "nova vida" e logo o fim.

High Five - o/
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+ Cristão Vampiro

Soneto 158
             CRISTÃO VAMPIRO

Vampirismo apocalíptico
Fazem da noite seu covil
Vampiridade pós modernismo
Agem como o mal sempre agiu

Para impor a sua vontade
Ele te mostra sua fé
Rituais, visão da realidade
Pra te sugar como ele quer

Drena toda a sua energia
A fim de te diablerizar
Te converter, ser o seu guia

Fazer sua crença então mudar
Demônios que andam de dia
Que a sua alma querem levar

Maknim
15/06/2011

Aqui criei dois sonetos que dividem-se, dois que tratam quase do mesmo assunto, trocando-se de posição o título, o primeiro trata-se de uma crítica e o segundo, que colocarei na próxima postagem, acaba sendo uma sátira do primeiro, uma sátira da popularização dos seres.


O primeiro soneto, Cristão Vampiro, é uma crítica aos cristãos radicais, que acabam se tornando "vampiros" com sua ideologia, mas não por isso, o fato é que eles acabam realizando o "vampirismo espiritual" segundo a doutrina espírita, ou mesmo, como costumo chamar, o vampirismo da energia vital, na mitologia, o vampiro drena nosso sangue, na vida real, esses "vampiros" drenan nossa energia, desgastam as pessoas com suas crenças e ideologias que eles querem impor para todos, mesmo a pessoa recusando-se ou não querendo aceitar o mesmo que ele, o cristão vampiro é isso, justamente aquele cristão que não respeita a opinião e opção dos outros, drenando a energia, desgastando com uma atitude que muitos reprovam, muitos odeiam, muitos abominam, enquanto para eles é um dever, já que já estão vampirizados.
Um dos termos, "diablerizar", apesar de levar esse nome e fazer alusão ao demonismo, é um termo usado no mundo do vampirismo para representar um ritual que um vampiro faz, fazendo um humano sugar seu sangue (no caso do texto, a energia do vampiro) para que ele também torne-se um igual, um cristão vampiro.


Não sei se fui bem claro, qualquer dúvida, deixe nos comentários.

High Five - o/
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+ Rebaixado

Soneto 157
             REBAIXADO

Repare como as pessoas
Se rebaixam perante deus
Uma subcultura imposta
Para serem sempre servos

Se acontece de eu falhar
Eu sou o tolo e único culpado
Agora, se eu acertar
É deus que tem me ajudado

Humanos feitos para se igualar
E parar de se comparar
E acreditar no potencial

Seres feitos para se superar
Continuar a acreditar
Para alcançar seu ideal

Maknim
15/06/2011

Sem comentários complementares, o soneto já fala por si, e busquei usar esse título para provocar mesmo, já que rebaixado também é uma alusão ao diabo que tanto se teme dizer seu nome ou pensar. Agora paro para pensar: O primeiro mandamento diz "Não dizei meu santo nome em vão", ou seja, o nome de deus deve ser usado sob motivos segundo o próprio, porém mais se teme e mais se respeita falar em Diabo/Satanás/Demônio/Lúcifer do que falar deus/javé/jeová/aláh/shiva/budah e tudo que é deus que existe por aí. Essas coisas que me tiram a vontade de acreditar/respeitar alguma coisa, prefiro respeitar a mim mesmo e a outras pessoas.
Ultimamente tenho escutado muito uma banda, Suicide Silence, que tem letras na mesma ideologia que eu, na qual tenta abrir os olhos das pessoas para elas lutarem/acreditarem mais em si / por si do que se preocupar com coisas impostas pelos outros, afinal, todo ser humano é capaz de se superar, fonte de um poder inigualável, o ser humano é capaz de coisas que nem ele mesmo acredita, dependendo do seu estado psicológico.

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

+ A Morte da Cria

Soneto 156
             A MORTE DA CRIA

Sentado à beira da calçada
Com o olhar triste e vago
Sonhando, ainda acordado
Em lágrimas e de alma lavada

Vê seu feto no meio fio
Morrendo sozinho, com fome
Sem uma casa, sem um nome
Desvairado pelo vento frio

É a morte que o conduz
Antes fosse por uma cruz
Mas a cria, ali agora jaz

E levado como um andor
Noticia sua morte com amor
A qual tanta falta me faz

Maknim
14/06/2011

Um dos sonetos que escrevi falando sobre a morte de uma genialidade e criatividade da criação de Rogério Tolomei Teixeira, mais conhecido como Rogério Skylab, que iniciou o lançamento de uma coleção de Álbuns intitulados "Skylab", e na época foi o lançamento do último Skylab, o Skylab X, conforme colocado no Tocar para Esquecer, onde também já coloquei o soneto A Morte da Cria, como uma singela homenagem, inspirado pela capa do álbum.
Mas, apesar das obras da cria terminarem, o ciclo continua, e ainda há muito a se conhecer, muito a se divulgar, e por enquanto estou seguindo o blog do Rogério, que tem ótimas críticas, opiniões e notícias. o GodardCity!

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+ R.E.M.

Soneto 155
             R.E.M.

Estou em meu mundo vendo
Você se afastar da minha mente
Acho que porque eu falei demais
Mas não falei o suficiente

Quando tudo acabava e cai sobre mim
Quando estava perdendo minha religião
Quando percebi que chegava ao fim
Conheci pessoas brilhantes na multidão

Os olhos reviram durante o sono
Afogado em um profundo pote de mel
Eu suspiro, mas não estou apaixonado

A pessoa que amei me deixou acelerado
Tornei-me um monstro vindo da lua
Repulsivo, Escroto e Mediocre

Maknim
13/06/2011

Acho até graça desse soneto, porque foi escrito em conjunto com dois temas, na época em que estava ouvindo Placebo, foi a mesma época que foi no show do Skylab, e passei o verso de uma música para minha amiga que respondeu que achou Repulsivo, Escroto e Mediocre, e logo veio na mente a abreviatura disso, REM, que também é o nome de uma banda, da qual tirei a maioria das frases que compõe o soneto, terminando com as palavras recebidas. Bem confuso, mas óbvio.

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

+ Me Importar

Soneto 154
             ME IMPORTAR

Eu me importo com todo mundo
E não me importo com ninguém
Quem se importou comigo
Hoje já não quer o meu bem

Quem se importa com um vagabundo
Sozinho, vive também
Alguém sem nenhum amigo
Que também não tem ninguém

Hoje vago pelo mundo
E isso importa a quem?
Quem parar por um segundo

Pode perder o seu trem
Eu me importar com todo mundo
Hoje já não me faz tão bem

Maknim
13/06/2011

A velha história, das pessoas que você mais se importa, mais se preocupa, não dão o valor/reconhecimento que deveria, pelo menos o mínimo de gratidão, e chega uma hora que isso vai desgastando. Não digo de fazer o bem comum, geral, e esperar algo em troca por isso, digo do bem da pessoa próxima, da pessoa que realmente se quer bem, que tem dificuldades, preocupações, adversidades, e ajudamos, e nos preocupamos, e resolvemos, e ai é esquecimento e até o próximo problema.

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+ Bandidos e Polícia

Soneto 153
             BANDIDOS E POLÍCIA

Eu ajudei os bandidos a explodir
Eu ajudei a polícia a agir
Eu ajudei os bandidos a fugir
Eu ajudei a polícia a acudir

Eu ajudei os bandidos a conseguir
Eu ajudei a polícia a descobrir
Eu ajudei os bandidos a dividir
Eu ajudei a polícia a retribuir

Eu avistei o bandido a resistir
Eu assisti a polícia se evadir
Eu agitei o bandido a distrair

Eu caguetei a polícia a permitir
Eu ajudei o bandido a cair
Eu ajudei a polícia a proibir

Maknim
13/06/2011

Soneto que escrevi para lembrar do dia 31/05/2011, que na época estava crescente o número de explosões a caixas eletrônicos, e nesse dia, uma segunda feira, aconteceram ataques simultaneos em diversos locais da cidade, inclusive do Posto de Gasolina na esquina da minha casa, e se explode aquilo tudo, como fica?

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

+ A Maçã

Soneto 152
             A MAÇÃ

Quando um dia ficamos juntos
Nos separamos só de manhã
Você me deixou aqui sozinho
Tudo por causa de uma maçã

O almoço entre os amigos
Tu me humilhou de forma sã
Eu não quis ser humilhado
Por causa de uma maçã

Você me abraça e chora
Chegou ao fim, essa é a hora
Não teremos outro amanhã

Não há outro motivo
Não discuta no meu ouvido
E a culpada foi a maçã

Maknim
13/06/2011

Apesar de meio bobo, esse soneto lembro muito bem porque escrevi, senti vontade de escrever algo assim depois de ver uma amiga contando para a outra que tinha brigado com o namorado por causa de uma maçã depois do jantar, foi alguma coisa assim, e ela se demonstrava indignada, como o caso que uma vez ouvi no ônibus uma moça falando para a outra que tava tretada com o namorado porque ele deu uma caixa de bombom para ela de dia dos namorados, e ela começou a comer e não deu nenhum pra ele, mas o que ela ficou totalmente transtornada foi ele ter pedido um, ao que ela negou falando que era dela, e não deu o bombom, não quis mais saber de papo e mandou o cara embora, então pergunto-me: Vale a pena brigar, gerar uma discussão por coisas bestas? Coisas materiais que por vezes não faz mal compartilhar? E o pior, contar isso para uma amiga e num lugar onde muita gente está ouvindo? Acho isso o cúmulo do egoísmo para uma pessoa, mas, cada qual sabe o que acontece em sua relação.

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+ Paixão Irrecíproca

Soneto 151
             PAIXÃO IRRECÍPROCA

Há um sentimento que é se apaixonar
Que muda todo nosso mundo
O trabalhador vira vagabundo
E faz nossa cabeça pirar

Mas quando não correspondido
A paixão torna-se perdida
Sempre há uma despedida
E o amor continua a estar escondido

A reciprocidade é esperada
Mesmo que não aceita
Pela pessoa que está apaixonada

Isso eu não pude perceber
E quando então me apaixonei
Ultrapassei o tempo de te perder

Maknim
10/06/2011

Esse soneto que tive que reescrevê-lo, e faz parte do grupo de sonetos sobre paixão. O título já existia desde o início, mas quando fui colocar aqui no blog, o texto era o mesmo do Soneto , então mantive o título e mudei o soneto.

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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

+ Cadáver no Mato

Soneto 150
             CADÁVER NO MATO

O corpo estirado no meio do arbusto
Quiçá querendo que isso fosse justo
Covardemente, não há responsabilidade
O camaleão observa e tem curiosidade

O corpo jogado, perdido e esquecido
Servindo de pista de pouso às varejeiras
Quem sentiu falta do desaparecido?
Que vivia protegido por suas besteiras

Sumido e irreconhecível
Uma aparência desprezível
Sentindo-se bem pela solidão

Acompanhado pelos insetos
Não há espelhos nem teto
Que tire a sua satisfação

Maknim
10/06/2011

Para quebrar o assunto, mais um soneto escrito dia 10, dessa vez trocando totalmente o assunto tratado, ao invés das paixões e desejos, uma história fictícia que tem suas verdades.

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+ Deitar Ao Seu Lado

Soneto 149
             DEITAR AO SEU LADO

Amanhece e permaneço acordado
Hora de dormir e tentar sonhar
Mas nesta cama que estou deitado
Vem o desejo de junto a ti deitar

Quem sabe no caminho que criaste
Nos teus sonhos eu me encontro
Sustentado por uma haste
Junto a ti estou sempre pronto

Num edredon contigo
O frio fica mais quente
Sumindo então de nossas mentes

Mas a vontade é castigo
Que não acontece de repente
Que acontece na cabeça somente

Maknim
10/06/2011

Escrito um pouco a cada mês, depois de três meses saiu isso, a vontade de estar deitado da pessoa que se quer, que nunca acontece, somente o desejo permanece.

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+ Esconder-me

Soneto 148
             ESCONDER-ME

Eu queria sumir
Só desaparecer
Tentar me esconder
Mas não para sempre

Só por um tempo
Para me recuperar
Só até sentir
Falta de mim mesmo

Sentir falta do corpo,
Dos sentimentos,
Da confusão diária

E da incerteza latente
De estar vivo
Ou só morrendo

Maknim
10/06/2011

São os pensamentos...

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

+ Medo de Mim Mesmo

Soneto 147
             MEDO DE MIM MESMO

Medo do que eu possa fazer comigo
Quando eu não estiver mais em mim
Quando eu estiver fora de controle
Se eu sentir que me aproximo do fim

O receio dos grandes pesadelos
As tentações e a auto destruição
Pego pela máxima dos pensamentos
Tornando-me fraco e sem ambição

Não reajo às ações feitas
Não percebo o que se passou
Até voltar do sonho à realidade

Rio de lágrimas são colheitas
O subconsciente me dominou
Já não sei se é novo ou verdade

Maknim
10/06/2011

momentos em que a mente viaja e não sai da cabeça os pensamentos ruins, auto destrutivos, e isso que gera o medo, quando acontece isso, já aconteceu com muitos, pode acontecer com qualquer um, fazer o que não devia/queria num momento de fraqueza.

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+ PT

Soneto 146
             PT

Praticando atrocidades
Terroristas escondem-se em nossa terra
Protegidos por uma lei
Tirana que favorece combatentes de guerra

Parlamentares escondem o real motivo
Tirando nossa atenção das barbaridades
Procurando desculpas aceitáveis
Tentando disfarçar o mal pelas cidades

Projetam uma saída furtiva
Tanto à noite, onde tudo é em vão
Poupando investigações de dia

Trazem seus amigos de partidos de avião
Poder está nas mãos dos grandes e o
Terror na mente da população

Maknim
10/06/2011

Essa me lembro bem, escrevi quando aconteceu aquele caso do Italiano que recebeu abrigo no Brasil, com todos indo contra a decisão do governo que se mostrou intransigente e não voltou atrás na palavra, governo esse ao qual fiz alusão no título, que é relativo e pode significar qualquer coisa, inclusive as iniciais dos versos.

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

+ Estadia Esquisita

Soneto 145
             ESTADIA ESQUISITA

Quando a estia deixa tudo complicado
Ela me diz que vai escrever um artigo
Escrito estranho com um fim inacabado
Ela está querendo que sejamos amigos

Ela espiava enquanto me esperava
Ela fez seu espetáculo no horário
Maravilhosa, espantada ela estava
Ela estreou um final extraordinário

A noita esfria, e o dia esquenta
A Espanha é longe e ninguém aguenta
Ela escuta e fica sempre mais atenta

Estrago tudo assim de forma violenta
Vazio estojo sem nenhuma ferramenta
A estrada segue e a estrela movimenta

Maknim
08/06/2011

Um soneto de ficção, ao escrevê-lo aqui demorei para me lembrar do sentido dele, mas eu estava com um sentimento por uma amiga, sentimento de descoberta, e a ideia do soneto surgiu ao colocar em todos os versos no mínimo uma palavra com o começo "es/ex", a começar pelo título. Confira!

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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

+ Degrau de Areia

Soneto 144
             DEGRAU DE AREIA

Estou sentado em meio ao tempo
E as luzes passam por mim
E passam, e passam assim
Deixando-me assim, sonolento

Pergunto-me em meio à tontura
Em que tempo eu estou?
Quem me quer me abandonou
Memórias fazem uma releitura

Contando os caquinhos
Infinitos pelo chão
Como os grãos de areia

Que espalham-se pelos caminhos
Enfileirados, grão em grão,
Apagando o que incendeia

Maknim
07/06/2011

Seguindo o embalo dos escritos do mês de Junho, senti vontade de escrever isso quando vi a foto do último álbum do Rogério Skylab, o Skylab X, que pode ser visto no blog Tocar para Esquecer, ou no site do Skylab. E o blog tratar dos momentos que sentamos em qualquer lugar e nos colocamos a observar as situações que passamos e as que estamos, e tudo isso se relaciona, areia, incendeia, vidros, caquinhos, vida, confusão, incompreensão, e por ai vai.

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+ Revanche

Soneto 143
             REVANCHE

Eu to fazendo o possível
Eu me viro do avesso
Eu to querendo uma chance
E um novo recomeço

Você é mais do que incrível
Eu to perdendo o juízo
Nosso amor merece uma revanche
Chega desse prejuízo

E quando você vem
Pra ficar aqui comigo
Eu não escondo de ninguém

Esse amor correspondido
Um amor novo me faz bem
Me faz querer estar contigo

Maknim
03/06/2011


Eu escrevi isso seguindo a linha de ritmo de uma música sertaneja, mas não lembro como é, rs. Até pensei em escrever algumas letras para esse estilo, mas logo o dia acabou e veio o outro e o bom e velho rock and roll predominaram e parei com essas paradoxidades de estilos, nem sertanejo, nem funk, nem pagode, nem nada.

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+ Voltando ao Cortiço

Soneto 142
             VOLTANDO AO CORTIÇO

Ele volta ao cortiço para a vingança
Com ódio nos olhos e sangue nas mãos
Traz aquela velha e vaga lembrança
Também traz consigo seus novos irmãos

Sedentos, trazendo um quadro de cine
Embasbacados controlando seu poder
Embriagados, cometendo novos crimes
Que ninguém será capaz de resolver

Suas garras voltam-se para trás
Agora partem com gosto de vitória
Deixando mais pelos, terror traz

Como numa cena, montada a trajetória
Mostrava do que foi novamente capaz
Terror no cortiço gravado na memória

Maknim
03/06/2011
Como uma vingança do que aconteceu ao primeiro texto dessa história, escrita aqui no blog logo no começo com o texto Em Um Cortiço (clique para ler a primeira parte). Pretendo escrever mais algo sobre isso, mas por enquanto, estamos voltando ao cortiço.

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sábado, 3 de setembro de 2011

+ Sem Vontade

Soneto 141
             SEM VONTADE

Hoje não tive vontade de acordar
E me coloco aqui a pensar
Se devo realmente me desenrolar
E sair para o frio enfrentar

Um frio bom que gela o ser
Que acalma a mente, faz esquecer
Lembranças do ontem, de adoecer
Que fez meu corpo estremecer

Tento abrir os olhos
E não consigo enxergar
Não posso mais ver

Então nem os abro
Nada disso vai adiantar
Se não querer viver

Maknim
03/06/2011

Não só a questão do frio, mas os dias que não sentimos vontade de nada, nem de levantar da cama.

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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

+ Escorpiana II

Soneto 140
             ESCORPIANA II

Fogosa, todo dia da semana
Te desejo escorpiana
Me mostra tua taturana
Que me queima de prazer

Gostosa, mostra teu paralama
Te quero na minha cama
Me ensina como se ama
Que eu te faço gemer

Conquista o homem que quiser
Seja macho ou mais mulher
O que importa é o tesão

Onde passa chama a atenção
Um olhar de derrubar avião
Tu és cheia desse affair

Maknim
03/06/2011

Segunda versão da Escorpiana, no ritmo do funk, depois de conhecer mais histórias, conhecer melhor como é uma escorpiana, exalto essa poderosa arma que elas tem em mãos, a arma da sedução.

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+ Paixão Momentânea

Soneto 139
             PAIXÃO MOMENTÂNEA

Tão suave quanto vem
Ela se vai nesse momento
Se sentindo tão bem
Surgem novos sentimentos

Por minutos e por horas
A paixão se fortalece
Ignorando isso agora
Ela surge e não cresce

E tão rápida quanto surge
Não demora um instante
E logo ela se vai

Caminho longo, o tempo ruge
Pulos altos de elefante
E o mundo inteiro cai

Maknim
03/06/2011

Mais uma da coleção das paixões, aquelas paixões que surgem e logo se vão, logo acabam, coisa de momento, como quando bate a vontade, surge o sentimento, e logo a vontade morre, e o sentimento se vai.

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+ Escorpiana

Soneto 138
             ESCORPIANA

Com seu venevo, envenena
E é envenenada
À mesa é uma princesa
Na cama é depravada

Seu rabo quente, esquenta
Mexe e remexe
Paralisa a tua presa
Preso em ti ninguém se mexe

O meu desejo é ti escorpiana
Te quero na minha cama
Pra não deixar a noite inteira eu dormir

Com atitude, sabe o que quer
Com o poder de ser mulher
Me encanta teu jeito de olhar e de agir

Maknim
01/06/2011

Ao ritmo do funk. Comparações entre pessoas de escorpião que conheço que são atraentes, sedutoras, quentes, sabem fazer o que querem fazer, na cama, ou em qualquer lugar que der prazer.

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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

+ Querendo-me

Soneto 137
             QUERENDO-ME

Parei um minuto e não pude respirar
Parece que tudo mudou tão de repente
Busquei sempre essa importância mostrar
Mas parece que ninguém mais compreende

Dediquei um tempo só pra você notar
Alguém está aqui ao seu lado sempre
Tudo que existe é pra você aproveitar
Siga caminhado, olhando para frente

Esqueça o que passou
Não finja não saber
Como é poder viver

Queira o que ficou
Não tente mentir
Aceite, não há como fugir

Maknim
28/05/2011

Um soneto que comecei a escrever em Outubro de 2010, e só terminei nesse mesmo dia de tantos sonetos, encerrando uma sequencia de 6 sonetos escritos em uma noite de sábado.
O soneto trata-se do incentivo de aceitar o que acontece em nossa vida (claro, o contrário de se acomodar e aceitar tudo, mesmo as coisas ruins), e tentar querer fugir menos, querer menos que seja tudo diferente.

High Five - o/
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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

+ Você Eu Espero

Soneto 136
             VOCÊ EU ESPERO

Quem dera o teu beijo
Eu sinto tua boa
Num sono em mil desejos
Você vai ficar louca

Quando a tenho nos braços
Parece ser uma ilusão
Ocupo teus espaços
Busco conforto e perdão

Você sabe o que eu quero
Assim vou ficar
Contigo

Eu quero e ainda espero
Ser mais que seu
Grande amigo

Maknim
28/05/2011

O desejo de quem já quis ser mais que um amigo, ser aquele amante, amado, namorado, ou amizade colorida, ficar com a pessoa querida, sentimentos que se confundem muitas vezes, e por vezes não há reciprocidade.

High Five - o/
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+ Prematuro Possuído

Soneto 135
             PREMATURO POSSUÍDO

A velha névoa escura
Que sai pela boca
Esconde surpresas duras
Que me deixaria louca

Vocês conhecem
E tentam esconder
Criatures noturnas
Que saem ao anoitecer

Metade dele humano
E nós somos demônios
Caçando o bem num sinal

Repelente de anjos
Rejeita os hormônios
Ansiando o fim pelo mal

Maknim
28/05/2011

Me coloco na pele de uma garota, jovem, que passa por algumas coisas e julga os outros, por isso a alusão a demônios e anjos, e a causa do fim pelo mal, seria a ansiedade de deixar essa vida.

High Five - o/
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+ Terror Noturno Impaciente

Soneto 134
             TERROR NOTURNO IMPACIENTE

Minha Cara congelou
De tal forma horrenda
Eu não pude me mover
Não sai desta tenda

Mesmo assim apavorei
Sem sair desse barraco
Muitos me viram por ai
Mas pouco foi meu saco

Que não pude aturar
Não consegui aguentar
E a velha a gritar

Os cães estão a uivar
Os carros a passar
E a voz continua falar

Maknim
28/05/2011

Mais um soneto do mesmo dia, que parecia não ter fim, e quanto mais se adentrava a noite, menos sono eu sentia, e tudo incomodava, e era tão impaciente, tão terroroso estar acordado e ouvindo o que acontecia no mundo, lá fora, fora da janela...

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

+ Irmão Seduzido

Soneto 133
             IRMÃO SEDUZIDO

Não entendo nem um pouco
Nem procuro entender
Com meu irmão pode
Mentir e também se corromper

Esconde os pelos do rosto
Do rosto e das mãos
E assim me protegendo
Também protege seus irmãos

A fada dos dentes
Que me persegue à noite
Com sua barba dura

Não duvida de nada
Mesmo meu irmão maduro
Chora em noite escura

Maknim
28/05/2011

Outro soneto que remete à filmes, e situações de histórias, não me lembro bem o motivo disso, mas provavelmente foi uma ocasião de um amigo que deve ter se iludido com algo, ser "seduzido" por algo.

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+ Em Trinta Anos

Soneto 132
             EM TRINTA ANOS

Muita coisa mudou
E metade disso eu vi
Quando os reis eram vivos
Quando vi a morte rir

Mas o Golias era vivo
Os mamonas aindam viviam
Raul também era vivo
E cavalcante eles ouviam

Histórias brasileiras
Progama Jo onze e meia
Estando de frente com Gabi

Andam por aí de meias
Sobreviventes brindam a ceia
Lembranças marcaram por aqui

Maknim
28/05/2011

Esse ano de 2011 tem um programa especial do SBT de trinta anos contando a trajetória da emissora, com muitas coisas que me lembro que assistia quando era pequeno, e resolvi fazer esse pequeno texto só pra ter um assunto, de lembranças, mas com a visão de alguém que está na casa dos trinta anos.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

+ Palavras Difíceis

Soneto 131
             PALAVRAS DÍFICEIS

Estou tentando te entender
Mas realmente eu não sei mais
O que você quer dizer
Se são realmente coisas reais

Você enche meu ouvido
Com esses barulhos indefinidos
Sem escutar, eu duvido
Dos imundos dizeres produzidos

Você abre a boca pra falar o que quer
Escuto atento, pronto pro que der e vier
Frases jogadas no ar sem dizer coisa alguma

Você mente, rouba, mata, causa desgraça
Um dia vai entender com curtas calças:
Palavras difíceis não dizem porra nenhuma

Maknim
23/05/2011

O soneto toma o sentido da complexidade das palavras com as quais se escreviam os textos antes e a simplicidade de entendimento, mas há muitos textos da era comtemporânea (e da moderna também) que são simples e abrem um leque de interpretações difíceis de se ler em qualquer lugar.
Inspirado numa música de uma banda que descobri no filme "O Magnata", chamada Tolerância Zero, que o vocalista é foda pra karaio, e o cd maravilhoso, como músicas como "Magnata" (de onde veio a inspiração desse texto), "Bueiro do Mundo" e "Tiro na Tempora", outras músicas, que são um hardcore do underground de primeira qualidade com críticas sociais, políticas e comportamentais da sociedade cotidiana. Vale a Pena conferir.

High Five - o/
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+ Poeta Solitário

Soneto 130
             POETA SOLITÁRIO

Você age escondido, um poeta solitário
Todas suas ideias são trancadas num armário
Feito de linho e cobre, tranca com cadeado
Mas logo alguém descobre, seu segredo é revelado

Uma segunda vida que ninguém pode imaginar
Trabalho árduo que poucos conseguem realizar
Esforça-se pela liberação da mente aberta
Com as palavras busca as formas que liberta

Seus poemas delirantes enlouquecem minha mente
Imagino que com outros isso não é diferente
Poemas surreais que vem do profundo imaginário

Um poema inteligente, um destemido poeta
Significados tortos escritos em linha reta
Qualquer ideia que surge do sabiá e do canário

Maknim
23/05/2011

Texto escrito a um colega de escritos, que conheci aqui no trabalho mesmo, ele também escreve e me mostrou os textos dele, que vão do surreal a pensamentos complexos, onde o mesmo tem ótimos exemplos de inspiração, como a esposa e os filhos, e o mesmo leu meus textos e fez críticas ótimas, sob uma perspectiva que nem eu mesmo tive quando os escrevi. Grande Zacarelli. Compartilho os links dos blogs do mesmo, que tem inúmeras poesias que adoro:

http://criarecompor.blogspot.com/
http://zacarelligoogle.blogspot.com/
http://conteudoz.blogspot.com/

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

+ Pedra Fria

Soneto 129
             PEDRA FRIA

Os pés descalços tocam a lápide gelada
Embrulham-me o estômago as inscrições
Turvam-me os olhos ardentes aparições
Vem a saudade e não penso em mais nada

Vem na memória a culpa de causar o erro
Que acomete a vida que partiu de mim
Prometendo saídas que teriam certo fim
Não me lembro de ter ido ao meu enterro

A inscrição na pedra traz meu nome
Relembrando o fim que já aconteceu
E que eu ainda não havia trespassado

Tudo torna-se uma massa total disforme
Resgatando algo da mente que se perdeu
Algo de morte que me trouxe ao passado

Maknim
23/05/2011

Escrevi isso em Abril quando estava no sítio da amiga Pri, depois de uma noite sem dormir, enquanto ouvia o vazio e o silêncio da manhã enquanto as meninas dormiam, eu andava em volta da piscina, pisando na pedra fria e imaginando mentalmente o soneto que comecei a escrever na noite seguinte e terminei somente no final de maio.

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+ Quase

Soneto 128
             QUASE

Do quase gordo ao quase magro
Do quase eterno ao quase fim
Do quase feio ao quase belo
Do quase dizer ao quase agir

Do quase esperto ao quase tolo
Do quase louco ao quase são
Do quase amor ao quase rolo
Do quase amigo ao quase irmão

De quase em quase
O muro vai sendo
Aos poucos derrubado

E eu aqui no meio
Nesse gancho
Continuo pendurado

Maknim
20/05/2011

Sabe, quando tudo na sua vida está mudando, todos estão mudando, pessoas, situações, lugares, jeitos, conquistas, perdas, infinidades de recursos que mutam-se e nós aqui, mudando permanecendo iguais, ainda normais, por horas banais, que não fica de nenhum lado do muro.

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+ O Mais Idiota

Soneto 127
             O MAIS IDIOTA

Que animal é mais idiota que você?
Pode ser qualquer um ao seu redor
Muitas vezes não podemos perceber
Mas tem gente que a idiotice é maior

Há os macacos, aborígenes e ex-BBBs
Os juízes, jogadores e jornalistas
As zebras, antilopes e catinguelês
Os Vizinhos, diretores e humoristas

Tantos animais quanto se pode contar
Tanta gente quanto se pode aturar
Quem é mais idiota é difícil dizer

Você sempre se põe a dizer e analisar
Olha os outros mas não soube precisar
Que o mais idiota sempre foi você

Maknim
29/04/2011

Meu, o que mais vemos hoje em dia e julgamos são os "idiotas" que estão ao nosso redor, e imaginamos como alguns seres sem inteligência são idiotas também, mas nunca olhamos para nós mesmos, e somos muitas vezes idiotas, mas não aquela idiotice sadia, que é bom ter, aquela idiotice babaca que é melhor esquecer.

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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

+ Quero Para Nós

Soneto 126
             QUERO PARA NÓS

Sabe aquela rosa que você tanto queria
Te dou isso e muito mais um desses dias
Faço de tudo hoje só pra te ver feliz
Pois seu sorriso foi o que um dia eu quis

E quero a todo instante o que é verdadeiro
Você me disse um dia que eu fui o primeiro
A cativar seu sentimento e o seu coração
Que mais posso querer além dessa paixão

Não quero nada que não esteja a sua altura
Bem material que dinheiro paga e não dura
O únco bem seria morar sozinhos numa ilha

Com nossas fantasias e todas as realizações
Podemos chegar onde querem ir nossos corações
Isso sem pressa, sem querer botar um pilha

Maknim
22/04/2011

Último soneto escrito no mesmo dia, depois de uma sequencia de 4 sonetos e uma noite sem dormir, aqui, ainda embalado pelas palavras do anterior, como botar pilha, mas com uma demonstração unilateral de carinho e afeto por ela que tanto me inspira, tanto eu amo, só ela que me faz bem e me faz seguir em frente, ela que ainda vou encontrar.

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+ Minha Quebrada

Soneto 125
             MINHA QUEBRADA

Me pergunto sempre o que fazer da vida
Trombar quem representa mesmo sem saida
Não que me importe se alguém duvida
Mas as palavras do muro estão lidas

Minha vila é chamada hoje de quebrada
Pelos caras que vem lá de outra parada
Que encaram sem ter medo de mais nada
Os manos, companheiros de caminhada

Não fogem pois não fazem coisa errada
Fazer o certo já faz parte do total
Sabem que quem aqui dá suas mancadas

Logo, logo é notícia de qualquer jornal
Não da seção de loterias premiadas
Mas manchete de outra ação policial

Maknim
22/04/2011

Aqui procurei usar algumas expressões encontradas na literatura marginal, falando um pouco de como andam as coisas nos subúrbios, nas periferias, onde a cada dia mais surgem novas gírias, novos conflitos, novas "gangues", novas histórias e novos relatos.

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+ Espiandade

Soneto 124
             ESPIANDADE

Ela espia pela fechadura
E pergunta no dia seguinte
Se usaram todo seu requinte
Ela pergunta e ninguém atura

Ela vê tudo e sai comentando
Como se fosse uma real espiã
Mas no outro dia de manhã
Ela continua só observando

E se coloca a perguntar
Como ficaria melhor divulgar?
Para espalhar no mesmo dia

Pode ter sido fato consumado
Ou algo que tenha inventado
Todos sabem do buraco que ela espia

Maknim
22/04/2011

Mesmo tema da "Fechadura", mas desta vez colocando um ar de "fofoca" no ar, algo que ninguém sabe o que aconteceu e que alguém quer inventar em cima disso, não por mal, mas pelo simples costume de cuidar da vida alheia.
PS: Eu nem sei se essa palavra (espiandade) existe, ainda não pesquisei, mas veio bem a calhar para o tema da "espiã".

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+ Isolados

Soneto 123
             ISOLADOS

Eles estão lá dentro sozinhos
Estão num sítio, bem isolados
Não sabem por quais caminhos
Sair, então ficam lá parados

E quando todos ficam calados
A geada fere como mil espinhos
Os gritos não estão abafados
E isso não incomoda os vizinhos

Não há quem possa socorrer
Nem quando chega a tarde
Nem quando começa anoitecer

Mas os ruídos fazem alarde
Fazem seus corpos se tremer
Isolados como a fera covarde

Maknim
22/04/2011

Enquanto estávamos no sítio de Boituva, lembrei do filme "Os Estranhos", e imaginei se fosse conosco, e narro uma imaginação em terceira pessoa, legal ter esse tipo de pensamento, em se colocar em uma situação e narrar como um observador, não estar isolado entre feras, claro,,,rs

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+ O Efeito

Soneto 122
             O EFEITO

Eu sei, eu já posso ver
O efeito que me faz entorpecer
E quando a hora chega
A visão se põe a escurecer

Pois o efeito faz parar
E percerber, e quer se atirar
Aos braços do abismo
Onde pode então se livrar

Do mal da consciência rude
Da esperanção de uma sanidade
Esperando que alguém me acude

Esperando que haja quantidade
E antes que alguma coisa mude
Adormeço em plena felicidade

Maknim
21/04/2011

Aquele efeito que os ébrios solitários sentem, o vazio, o vácuo, o infinito.

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

+ Dois Amantes

Soneto 121
             DOIS AMANTES

Dois amantes que nunca se olharam
Dois olhos que nunca se cruzaram
E no entanto é guardado o desejo
Nos acasos de abraços e de beijos

Dois amantes que nunca se encontraram
Dois corpos que jamais se encostaram
E juntos seguem assim, separados
Com sentimentos nunca antes demonstrados

Dois amantes sem destino
Sem querer e sem saber
Sem ao menos entender

Dois amantes clandestinos
Que não se fazem ver
Nem ao menos conhecer

Maknim
21/04/2011

Como amores virtuais...

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sexta-feira, 29 de julho de 2011

+ Vazio e Solidão

Soneto 120
             VAZIO E SOLIDÃO

Num dia desses que escurecia
Vi o vazio e a solidão juntos
O vazio se perguntando porque era vazio
A solidão se achando tão sozinha

Eis que me ocorre o seguinte
Com um toque no subconsciente
Que vem do fundo da minha mente
Com uma certo toque de requinte

A solidão o acompanhava
E o compreendia
Tão logo o preenchia

E quanto mais se andava
Mais eu percebia
De que do nada eu sabia

Maknim
21/04/2011

Pois é, a conclusão remete a tempos antigos de que tudo que achamos que é, na verdade descobrimos que não é, e isso acontece sempre, e em noites solitárias, num lugar vazio e em meio a solidão, reforçam-se pensamentos assim.

High Five - o/
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+ Morada de Praia

Soneto 119
             MORADA DE PRAIA

Moro à beira da praia, do mar
Sou parte da areia escaldante
Da minha varanda aproveito o ar
Que singelo, toca bem calmante

Os biquinis e as marés confundem
Fixo a visão e a mente dispersa
Guardo as vozes antes que afundem
No pensamento numa cabeça imersa

Com um drink brindo os mares
Que das conchas surgem os colares
E navego livre para onde quero

E entre as ondas que quebram
Livre dos desejos que me levam
Por você, aqui, ainda espero

Maknim
20/04/2011

Sabe quando você tem aquela visao do mar no final da tarde, ao por do sol, sentindo a brisa, tomando um drin refrescante, só curtindo a paisagem e a maresia? Pois é, espero ter isso ainda.

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

+ Luz No Corredor

Soneto 118
             LUZ NO CORREDOR

Há uma luz no fim do corredor
Que causa pleno deslumbramento
Faz mudar todo o comportamento
Como também cria um certo pavor

O irreal que é desconhecido
O surreal que não é descoberto
O novo que já foi esquecido
O velho que se mantém aberto

Ao que surge ainda sem saber
Já se torna ontem antiquado
Mais coisas surgem sem prever

Como o escuro que já é esperado
Antes mesmo que possa anoitecer
A luz nasce como o novo explorado

Maknim
20/04/2011

Complementando a ideia: Há uma luz no fim do tunel, se não houver luz, é porque não chegou ao fim.

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+ Novas Trilhas

Soneto 117
             NOVAS TRILHAS

Seguir padrões e sair da linha
Opções favoráveis aos seguidores
Geração por geração como a minha
Seguindo vícios, luxos e amores

Que se torna diferente do que é
Caminha por caminhos escurecidos
Onde não se sabe onde por o pé
E continuar seguindo convencido

Que o tempo hoje há de mudar
Raios que não caem nesse lugar
O sol volta a aquecer e brilhar

Fugir dos padrões e novos criar
Fugindo das lágrimas sem se afogar
E aproveitar o sol sem se queimar

Maknim
20/04/2011

Outro escrito no mesmo dia que o anterior, só reforçando o momento bom que estava vivendo.

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+ Repensanete Mente

Soneto 116
             REPENSANTE MENTE

Me sinto bem como nunca antes
O corpo obedece à minha mente
Voando aos quatro ventos avantes
Me tornando uma vez mais presente

Os sonhos e as noites delirantes
Ponho pra dentro o que é descente
Faço as vontades dessas amantes
Que não querem outro ser ausente

Atendo a favores outrora cativantes
Que perseguem-me completamente
Sem que percebo os sons uivantes

Em noites que se tornam diferentes
Somem os pensamentos desmotivantes
Crio visões de um futuro atraente

Maknim
20/04/2011

Um período que me senti muito bem comigo mesmo e se prorrogou por um tempo. A intenção aqui, em termos de escrita, foi criar o conjunto de 2 rimas para todo o soneto. (ante/ente).

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terça-feira, 26 de julho de 2011

+ Vontade Dela

Soneto 115
             VONTADE DELA

Ela faz o que ele faz
Porque quer ser igual
Parece, então, natural
Ter sido e não ser mais

Ela já foi um dia ela
Hoje é exatamente ele
Não é desse nem daquele
E prefere os braços dela

Ele xinga, ela fala palavrão
Ele ronca, ela cospe no chão
Ela deseja aquilo que ele quer

Se copiam rudes enquanto se vestem
Os outros quer que atenção prestem
Num desejo de não ser mais mulher

Maknim
15/03/2011

A última frase diz exatamente qual é a vontade dela, pois é o que tenho visto de muitas pessoas, o que se tornou banal e já disse em outros posts aqui, essa popularidade de se aceitar como homossexual, e quase sempre há equivoco e arrependimento, mas também há aceitação e novas descobertas que fazem ambos os lados se sentirem realizados com a opção realizada.

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+ Beijo Roubado

Soneto 114
             BEIJO ROUBADO

Eis me aqui, só e enclausurado
Sem poder ver essa luz do sol
Sem outra partida de futebol
Eis me novamente só, abandonado

Nesse escuro frio fui esquecido
Ninguém pode me tirar desse lado
Ninguém me verá de novo libertado
Só o vão da grade tem me aquecido

Quando acordei, estava preso aqui
Ainda não sei como fui capturado
Foram momentos de se fazer rir

Logo esse momento tem atormentado
Preso e amarrado como um faquir
Numa paixão por um beijo roubado

Maknim
01/03/2011

Muitas vezes a pena para um beijo roubado é a prisão de uma paixão no coração.

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+ Dias Sem Razão

Soneto 113
             DIAS SEM RAZÃO

Chove lá fora e molha aqui dentro
Não importa quantas poças criem
Mesmo os loucos molhados que riem
Seja no subúrbio ou naquele centro

Chove lá fora, mas molha aqui
Tento drenar tudo isso de mim
Quanto mais molhado fico assim
Mais sinto o enxágue que sorri

Os sentimentos nesses dias são molhados
Passam a fio sem nem mesmo parecer
E quando boiam, são por mim liberados

Sentimentos crus em dias sem vazão
Chuto as poças de água sem perceber
Por esses caminhos em dias sem razão

Maknim
28/02/2011

Dias que nos perguntamos e não descobrimos do porque existem...

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sexta-feira, 22 de julho de 2011

+ Escuridão das Trevas

Soneto 112
             ESCURIDÃO DAS TREVAS

Caminho por esses corredores infinitos
Me esguio por essas paredes escurecidas
Seguro trêmulo a lanterna, ouço gritos
Pareço ouvir vozes daquelas desaparecidas

Elas me seguem e sem olhar eu não noto
Que atrás de mim há algo muito sombrio
Correntes arrastadas, coisas saem na foto
Mesmo o tempo abafado, vai ficando frio

Um vulto desprezível não mais me assusta
Essas lágrimas de sangue não tem sabor
Corpos pendurados, amarrados à balaústra

Trevas em escuridão, sem perdão, sem amor
Plena fuga, do que se mostra, nada custa
A maldade humana torna-se um puro horror

Maknim
24/02/2011
Escrevi esse soneto inspirado pelo jogo Fatal Frame 3, primeiro jogo que joguei no meu PS2, e devo admitir, realmente assustador, e tentei traduzir isso no soneto, dando um sentido que as trevas é onde vivemos, a escuridão é o que nos cerca e que todo o quadro de horror e medo que se passa é exatamente onde vivemos e o que passamos e as condições a que o ser humano se submete, sofrendo a consequencia de atos crueis e inumanos.

High Five - o/
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quinta-feira, 21 de julho de 2011

+ Mulher Desejada

Soneto 111
             MULHER DESEJADA

Posso seguir teus passos
Mas não consigo dá-los por ti
Posso olhar em teus olhos
E o que vejo é a lua a sorrir

Lutas que travas no dia a dia
Com paixão abraçando todo o mal
Transformando em um bem maior
Aquilo que foi sonho, hoje é real

Sorriso esse que confunde agora
Que me faz querer suas carícias
Com conselhos você me controla

Controla com palavras e malícias
Te faço gracejos aqui e agora
Querendo descobrir suas delícias

Maknim
24/02/2011
Terceiro soneto em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, puxando mais pelo lado sedutor da coisa, o lado que toda mulher tem, um Sex Appeal sem explicação, porque muitas mulheres lindas não conseguem o que mulheres consideradas "foras do padrão" conseguem, que é justamente criar uma atração para si, uma forte atração sem explicação.

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+ A Dama do Coração


Soneto 110
             A DAMA DO CORAÇÃO

Sentada em seu trono
De dentro ela comanda
Bate a balise no chão
Fecha-se a veneziana

No escuro ela sorri
Sussura coisas belas
Deixe o sol invadir
Apagam-se as velas

Ela organiza e prepara
Esse jantar só a nós
Em sonhos ela se declara

Querer que fiquemos a sós
Do coração ela não separa
Nesse corpo agora e após

Maknim
24/02/2011

Segundo soneto em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres. Como escrevi os três sonetos no mesmo dia, num lapso de criatividade, não dei vazão à complexidade da coisa, e a compreensão fugiu aos pretendido, que era dar a entender que uma mulher habita o coração das pessoas, e que lá dentro ela é rainha e soberana.

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+ Mulher Que É Mulher

Soneto 109
             MULHER QUE É MULHER

Mulher que é mãe
Que aconselha
Não mede esforços
Que sabe proteger

Mulher que é esposa
Que compreende
Que é companheira
Que sente prazer

Mulher que é filha
Que adora o abraço
Que precisa chorar

Mulher que é linda
Que é maravilhosa
Que sabe encantar

Maknim
24/02/2011

Soneto escrito em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, escrevi para participar da Programação da Semana da Mulher aqui da empresa, e fui um dos escolhidos para participar de uma palestra com Raquel Moreno, principal líder do movimento das mulheres e uma de suas conquistas foi a Delegacia da Mulher e a Promulgação da Lei em Defesa das Mulheres, e nessa palestra li no palco esse soneto, mas foi apresentado os seis que eu mandei, mas soneto são três que colocarei aqui em seguida.

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

+ Sorriso Angelical

Soneto 108
             SORRISO ANGELICAL

Ela abre o sorriso que ilumina
Flores desabrocham perfumadas
Borboletas voam descoordenadas
Tudo muda nos lábios dessa menina

O sorriso dela invade o coração
Gera encanto com tamanha graça
Inveja dos que passam na praça
Um sorriso que transborda emoção

Delicada, ela sorri
Para mim, para eles, meiga como é
Um sorriso raro e encantador

Falo coisas e ela ri
Sorriso de mãe, sorriso de mulher
Um sorriso carregado de amor

Maknim
15/02/2011

Não tinha outra foto melhor para ilustrar o que esse sorriso me transmite, mas qualquer foto com qualquer sorriso é um sorriso encantador que jamais deveria deixar esse rosto, mas quando ele vem é tão puro e delicado que dá vontade criogenar só para ele não sumir.

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+ Confronto Póstumo

Soneto 107
             CONFRONTO PÓSTUMO

Prossigo procurando pistas paralelas
Pena não poder ajudar, nem prometer
Pois tudo que ouço, são coisas delas
Pronto, tudo que vejo, vou esquecer

Primeiro passo, eu nada sei ainda
Portas se fecham quando a noite sai
Por que me colocam nessa berlinda?
Parceiros prometem, logo o dia vai

Pequenas histórias poderiam vingar
Por apenas segundos seriam eternas
Pelo tempo que assim me fez recuar

Próxima etapa, não sente as pernas
Permanece frígido no mesmo lugar
Pronto, cumpri minhas ações eternas

Maknim
13/02/2011

Devo admitir que esse não me lembro bem, mas com certeza foi alguma treta que teve depois de alguma coisa, por isso o póstumo, mas a real intenção do soneto foi escrever todos os versos começando-se pela letra "P", e que continham o maior número de palavras com a letra "P" possível, isso claro, sem ser repetitivo, então não há palavras com "P" repetidas, e tinha que ter algum sentido, então, saiu a ideia de um confronto.

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terça-feira, 19 de julho de 2011

+ Pai Perfeito

Soneto 106
             PAI PERFEITO

Ele me dá afeto e compreensão
Resolve todos nossos problemas
Com uma calma, age com razão
Finge resolver os seus dilemas

Me arrumou uma bolsa de natação
Onde eu não poderia mais entrar
E quando criamos nossa relação
Ele não vai querer nos abandonar

Minha mãe o adora, nem sei porquê
Coisas me fazem ainda duvidar
Ele diz que não quer nos perder

Nossa, ele parece muito me amar
Poxa, como não pude perceber,
Meu pai acabou de me matar...

Maknim
13/02/2011

Pois é, mais um inspirado em fatos e acontecimentos que vemos em filmes (O Padrasto) e na nossa própria rua (pelo menos na minha). Digo do fato do pai perfeito que sempre é maravilhoso para os filhos, nem tanto para a esposa, mas demonstra um Ágape pelos filhos, mas só na frente dos outros, pois ninguém imagina o que acontece longe dos olhos da sociedade, e geralmente acontece o pior, como um pai adotivo inconsequente que quase acaba com a própria vida, ou um pai que coloca os filhos para trabalhar para sustentá-lo, ou ainda aquele que espanca os filhos com o intuito de educá-los, quando na verdade, o que acontece aos olhos de quem está de fora é "nada", ninguém vê, ninguém percebe, ninguém fica sabendo, mas muita gente descobre e finge que não é verdade. Por essas e outras que não sinto assim tanto a falta de uma figura paterna na minha vida.

High Five - o/
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+ Infinito Encontro

Soneto 105
             INFINITO ENCONTRO

Transformando um encontro casual
Em algo que não se possa prever
Você assiste, nota aquele casal
Esperando o que puder acontecer

Nobres coelhos servidos frescos
Vinho que embala a noite escura
Final da taça, gestos grotescos
Caminhada guiada, tira a altura

Um encontro sem fim, sem momentos
Que residem na memória que passou
Frente a tantos vis acontecimentos

A noite que nenhum de nós enganou
Passos largos dados pelos tempos
Encontro infinito que nem começou

Maknim
11/02/2011

Foi num desses encontros "não-encontros" que tive, e lembrei de um filme em que há uma cena que o casal fica reparando outros casais, e eu, enquanto estava ali no meu não-encontro, com uma parceira de uma não-casal, notávamos a ação e a reação de outros casais que nos circundavam, como as manias, atitudes e discussões, coisas que não estão longe dos nossos hábitos que nos impomos durante nosso tempo de vivência em relacionamentos, podem mudar as pessoas e os lugares e os momentos, mas certas coisas sempre se repetem.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

+ Pós Guerra

Soneto 104
             PÓS GUERRA

Copos cheios brindam os heróis
Assassinos de guerra que voltaram
Copos erguidos comemoraram o pós
Das batalhas diárias que travaram

Na mente ainda o desejo do lutar
Mas obrigados pelo próprio destino
Largam as armas, podem já sonhar
Cuidar dum corpo débil e franzino

Nos rostos se escondem os sorrisos
Não há honra que justifique os atos
Enganam, a verdade escorre nos pisos

Descrevem cada detalhe nos relatos
Hoje buscam descanso em seus paraísos
Mas da mente não escondem os fatos

Maknim
11/02/2011

E cada um trava sua luta diária, é veterano de sua própria vida, mas sem títulos ou honrarias por matar problemas diários que lidamos, por rastejar sob barreiras do desespero que assola e saltar muralhas de dificuldades que se erguem no caminho.

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sexta-feira, 15 de julho de 2011

+ Beijo de Despedida

Soneto 103
             BEIJO DE DESPEDIDA

Esse beijo que ela me dá
É um beijo de mulher apaixonada
Eu que não me demonstro arrependido
Ela que ao meu corpo fica bem colada

Esse beijo que ela me toma
É um beijo de mulher assustada
Receio de descobrir o desconhecido
E pra conhecer tudo não falta nada

Tomo-lhe num beijo de despedida
Da cara repentina apavorada
Um beijo e ela não diz mais nada

Dou-lhe outro logo em seguida
Como o beijo em reconciliação
Beijo carregado de ternura e paixão

Maknim
10/02/2011

Um abraço de boa noite e um beijo de despedida, um beijo terno e carinhoso, só pra saciar vontades que perduram, e um beijo que jamais voltou a acontecer... ainda não voltou a acontecer.

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quinta-feira, 14 de julho de 2011

+ Reações Adversas

Soneto 102
             REAÇÕES ADVERSAS

Quando do Amor, do carinho e da confiança
Surgirem sentimentos e ações contrárias
Como o desprezo, talvez a indiferença
Ou simplesmente a incredulidade

O melhor que temos a fazer é cutucar
Provocar alguma reação adversa
Seja ela qual for, pelo bem do ser
Pelo menos já são outras reações

Não contrárias, nem igualitárias
Mas ações distintas e isoladas
Que sejam ações frequentes ou únicas

Para unir ou separar, chocar, amparar
Mas que sejam ações programáticas
Capazes de gerar algo que possa recomeçar

Maknim
07/02/2011

Escrito no mesmo dia que o anterior e ainda no mesmo assunto, pois era essa a intenção, causar alguma reação, seja ela qual fosse, e tempos depois veio uma reação que eu já esperava mas foi chocante, e como diz o soneto, foi somente algo para poder recomeçar, nada que pudesse ofender nem afastar.

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+ Provocações

Soneto 101
             PROVOCAÇÕES

Eu provoco e ela se cala
Ouve euquanto eu falo
Depois ela não fala
Minhas palavras ao ralo

Eu cutuco para ela reagir
Ela não quer se defender
Muito menos interagir
Quer deixar, quer esquecer

Ela não tem nenhuma reação
Mesmo com estas provocações
Ela sempre busca uma razão

Responde seca aos palavrões
Educada, não perde a concentração
Ignorando os fatos e as reações

Maknim
07/02/2011

Soneto escrito para minha amiga Ana Maria, que na época estava muito reclusa, e mesmo que eu cutucasse ela, ela se mantinha reclusa, de tudo, e isso foi por muito tempo, e como queria estar ao lado dela para ajudá-la, mas o período de reclusão se foi, e tudo voltou ao normal.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

+ Passos do Lumiar

Soneto 100
             PASSOS DO LUMIAR

Nesse asfalto que tanto passei
Passo hoje, sem mais ninguém
Não há nomes ou conhecidos
Apenas lembranças que guardei

Relembro a infância na calçada
Pelo tempo que vivia bem
Momentos bons não esquecidos
Mera história hoje é apagada

Antes mesmo de tirar do olho o cisco
Lá em cima vejo a Dalva
Bem abaixo está essa rua Alfa

Hoje quem aqui manda é o seu Francisco
Mas não quero mais deixar
No passado os passos do lumiar

Maknim
03/02/2011

100º Soneto, só me dei conta esses dias que era o 100º, quando estava organizando para postar aqui no blog.
O soneto fala da minha rua que tinha esse nome antigamente, e antes disso era Alfa, hoje, como escrevi em "Ruas Vazias", novamente volto a falar da minha rua, que agora se chama Francisco Morelli. Cá entre nós, "Passos do Lumiar" soava poético.

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+ Imperatriz

Soneto 099
             IMPERATRIZ

Hoje a Imperatriz amanheceu diferente
Ela traz sorrisos, se sente atraente
O vazio se rompeu entre corpo e mente
Um frio irreal passou e veio o quente

Quantos olhares cegos voltados para o nada
Quantos passos foram dados nessa caminhada
E a aglomeração que se formara curiosa
Portões fechados nessa vista cuidadosa

Ela é inundada, um mar de gente
Seguem, voltam, correm, gritarias
Observada pelos vizinhos imponentes

Espera um gesto, cada rosto agravaria
Esperneando, quer um socorro urgente
Quem era aquela que hoje me sorria?

Maknim
31/01/2011

Mais um que comecei em 2010 devido a fatos acontecidos aqui perto do meu serviço, aqui na Imperatriz Leopoldina.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

+ Realidade Letrada

Soneto 098
             REALIDADE LETRADA

Conto meu cotidiano em versos
E aqueles que duvidarem peço
Leiam e compreendam, é fato
O vivido, o real, o aturado

Tanto cenas que presencio
Quanto sentimentos que sinto
Tanto vontades que anuncio
Quanto pessoas soltas no recinto

A verdade colocada em formas
Desconectadas pelo sentido
Mas costuradas juntas e rimadas

Mentiras que não atravessam portas
Imaginação do que foi pressentido
Mas as vivências reais são contadas

Maknim
31/01/2011

Como já expliquei por aqui, as coisas são reais, ainda que exorbitantes em exageros e devaneios diversos, e misturadas às sensações e acontecimentos que acontecem na imaginação.

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+ Vão Saindo

Soneto 097
             VÃO SAINDO

Elas se controlam e mesmo assim
Fogem e se escondem de mim
Pasmam paradas bailando no ar
Querendo alguma mente dominar

Ele se controla assim como eu
Me desprezo nesse escuro breu
Onde nada se enxerga realmente
Somente a voz que carrega latente

As palavras, que seguro
Elas entram em qualquer canto
Abro a boca e elas vão saindo

Magoam, mesmo no escuro
Causam dor, causam pleno espanto
Me descontrolo e elas vão saindo

Maknim
31/01/2011

As palavras que vão apenas saindo sem pensar, mas ainda penso tanto antes de falar, e ainda sim falo por falar.

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