sexta-feira, 15 de julho de 2011

+ Beijo de Despedida

Soneto 103
             BEIJO DE DESPEDIDA

Esse beijo que ela me dá
É um beijo de mulher apaixonada
Eu que não me demonstro arrependido
Ela que ao meu corpo fica bem colada

Esse beijo que ela me toma
É um beijo de mulher assustada
Receio de descobrir o desconhecido
E pra conhecer tudo não falta nada

Tomo-lhe num beijo de despedida
Da cara repentina apavorada
Um beijo e ela não diz mais nada

Dou-lhe outro logo em seguida
Como o beijo em reconciliação
Beijo carregado de ternura e paixão

Maknim
10/02/2011

Um abraço de boa noite e um beijo de despedida, um beijo terno e carinhoso, só pra saciar vontades que perduram, e um beijo que jamais voltou a acontecer... ainda não voltou a acontecer.

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quinta-feira, 14 de julho de 2011

+ Reações Adversas

Soneto 102
             REAÇÕES ADVERSAS

Quando do Amor, do carinho e da confiança
Surgirem sentimentos e ações contrárias
Como o desprezo, talvez a indiferença
Ou simplesmente a incredulidade

O melhor que temos a fazer é cutucar
Provocar alguma reação adversa
Seja ela qual for, pelo bem do ser
Pelo menos já são outras reações

Não contrárias, nem igualitárias
Mas ações distintas e isoladas
Que sejam ações frequentes ou únicas

Para unir ou separar, chocar, amparar
Mas que sejam ações programáticas
Capazes de gerar algo que possa recomeçar

Maknim
07/02/2011

Escrito no mesmo dia que o anterior e ainda no mesmo assunto, pois era essa a intenção, causar alguma reação, seja ela qual fosse, e tempos depois veio uma reação que eu já esperava mas foi chocante, e como diz o soneto, foi somente algo para poder recomeçar, nada que pudesse ofender nem afastar.

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+ Provocações

Soneto 101
             PROVOCAÇÕES

Eu provoco e ela se cala
Ouve euquanto eu falo
Depois ela não fala
Minhas palavras ao ralo

Eu cutuco para ela reagir
Ela não quer se defender
Muito menos interagir
Quer deixar, quer esquecer

Ela não tem nenhuma reação
Mesmo com estas provocações
Ela sempre busca uma razão

Responde seca aos palavrões
Educada, não perde a concentração
Ignorando os fatos e as reações

Maknim
07/02/2011

Soneto escrito para minha amiga Ana Maria, que na época estava muito reclusa, e mesmo que eu cutucasse ela, ela se mantinha reclusa, de tudo, e isso foi por muito tempo, e como queria estar ao lado dela para ajudá-la, mas o período de reclusão se foi, e tudo voltou ao normal.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

+ Passos do Lumiar

Soneto 100
             PASSOS DO LUMIAR

Nesse asfalto que tanto passei
Passo hoje, sem mais ninguém
Não há nomes ou conhecidos
Apenas lembranças que guardei

Relembro a infância na calçada
Pelo tempo que vivia bem
Momentos bons não esquecidos
Mera história hoje é apagada

Antes mesmo de tirar do olho o cisco
Lá em cima vejo a Dalva
Bem abaixo está essa rua Alfa

Hoje quem aqui manda é o seu Francisco
Mas não quero mais deixar
No passado os passos do lumiar

Maknim
03/02/2011

100º Soneto, só me dei conta esses dias que era o 100º, quando estava organizando para postar aqui no blog.
O soneto fala da minha rua que tinha esse nome antigamente, e antes disso era Alfa, hoje, como escrevi em "Ruas Vazias", novamente volto a falar da minha rua, que agora se chama Francisco Morelli. Cá entre nós, "Passos do Lumiar" soava poético.

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+ Imperatriz

Soneto 099
             IMPERATRIZ

Hoje a Imperatriz amanheceu diferente
Ela traz sorrisos, se sente atraente
O vazio se rompeu entre corpo e mente
Um frio irreal passou e veio o quente

Quantos olhares cegos voltados para o nada
Quantos passos foram dados nessa caminhada
E a aglomeração que se formara curiosa
Portões fechados nessa vista cuidadosa

Ela é inundada, um mar de gente
Seguem, voltam, correm, gritarias
Observada pelos vizinhos imponentes

Espera um gesto, cada rosto agravaria
Esperneando, quer um socorro urgente
Quem era aquela que hoje me sorria?

Maknim
31/01/2011

Mais um que comecei em 2010 devido a fatos acontecidos aqui perto do meu serviço, aqui na Imperatriz Leopoldina.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

+ Realidade Letrada

Soneto 098
             REALIDADE LETRADA

Conto meu cotidiano em versos
E aqueles que duvidarem peço
Leiam e compreendam, é fato
O vivido, o real, o aturado

Tanto cenas que presencio
Quanto sentimentos que sinto
Tanto vontades que anuncio
Quanto pessoas soltas no recinto

A verdade colocada em formas
Desconectadas pelo sentido
Mas costuradas juntas e rimadas

Mentiras que não atravessam portas
Imaginação do que foi pressentido
Mas as vivências reais são contadas

Maknim
31/01/2011

Como já expliquei por aqui, as coisas são reais, ainda que exorbitantes em exageros e devaneios diversos, e misturadas às sensações e acontecimentos que acontecem na imaginação.

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+ Vão Saindo

Soneto 097
             VÃO SAINDO

Elas se controlam e mesmo assim
Fogem e se escondem de mim
Pasmam paradas bailando no ar
Querendo alguma mente dominar

Ele se controla assim como eu
Me desprezo nesse escuro breu
Onde nada se enxerga realmente
Somente a voz que carrega latente

As palavras, que seguro
Elas entram em qualquer canto
Abro a boca e elas vão saindo

Magoam, mesmo no escuro
Causam dor, causam pleno espanto
Me descontrolo e elas vão saindo

Maknim
31/01/2011

As palavras que vão apenas saindo sem pensar, mas ainda penso tanto antes de falar, e ainda sim falo por falar.

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+ Noturno Caminho

Soneto 096
             NOTURNO CAMINHO

Saio andar e ainda é noite
Encosto em qualquer lugar
Fico ali, parado, olhando
Esperando alguma coisa mudar

Do horizonte surgem logo
As primeiras cores a raiar
Noite sendo engulida depressa
Pelo dia que surge a clarear

Deixo meu posto apavorado
Quero aproveitar esse luar
Como quem finge estar parado

Me movo para um outro lugar
Apenas meu leito assombrado
Apenas onde eu possa descansar

Maknim
31/01/2011

As noites de bebedeira em que esperava por sinal de alguém, uma procura só pra estar junto, só pra curtir um momento, só pra conversar, só pra ver o sol raiar.

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+ Hoje é Amanhã

Soneto 095
             HOJE É AMANHÃ

Aquele amanhã que sempre esperei
Que aos poucos foi se tornando hoje
Quem dera fazer tudo o que sonhei
Me lembrar dela que não está longe

De que vale se importar com todos?
Todos à sua volta se preocupam consigo?
De que vale se açoitar por outros
Quando outros não desejam ser amigos?

Por pouco de respeito e atenção
Por um pouco de dignidade de existir
De fazer parte de um plano de ação

Como casulos, se libertar sem desistir
Alçar voo, alcançar nuvens sobre o chão
Buscar motivos e poder retribuir

Maknim
31/01/2011

Outro que comecei a escrever em 2010 e terminei em 2011, bem quando reparei que por mais que eu me importasse com os outros, não havia reciprocidade, mas percebi que isso acontecia por se importar com as pessoas erradas.

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

+ Diga-me

Soneto 094
             DIGA-ME

Você sempre esteve ao meu lado
Nenhum dos dois esteve desenganado
Quando precisei, veio você me apoiar
De certo acreditei que posso confiar

O que você sente por mim
Eu não posso corresponder
Há coisas tão importantes
Que não vou mais esconder

Os sorrisos e as carícias
Os conselhos e as malícias
Os gracejos, as delícias

Essas e outras coisas que você me diz
Eu vejo a gratidão
Mas não me sinto mais feliz

Maknim
28/01/2011

Último soneto do dia 28, eu tinha começado a escrever no finalzinho de 2010, ainda naquela fase "bad", mas como se fosse ela falando, e não eu. Uma pessoa que percebeu tudo que eu sentia, fazia e seria capaz de fazer, mas que não mantinha desejos recíprocos, e é a isso que o título faz referência, esperando que ela possa me dizer isso, e não só demonstrar, porque há diversas interpretações, mas, houve a conversa em que foi colocado os pingos nos "i's".

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+ Boi Na Curva

Soneto 093
             BOI NA CURVA


Lá íamos em nosso destino
Curtir o feriado prolongado
Quando notei a distância
Senti-me um pouco cansado

Logo que chegamos, curtimos
Malas vazias, roupas trocadas
Enquanto cuidava dos drinks
Elas na piscina já mergulhadas

De drink em drink aproveitamos
E a cada novo drink a vista turva
Nem me lembro quando nos deitamos

Sol de dia sem um pingo de chuva
Um lugar que sem querer deixamos
Um lugar perto do boi na curva

Maknim
28/01/2011
Novamente, quarto soneto do dia 28, e ainda tem mais um.
Esse é para memorar e guardar a nossa ida para Boituva, na Chácara do pai da Pri. Fomos Eu, a Pri, a Lu, a Jeh e o Feh. Curtimos, bebemos, fizemos mil e uma, e ainda com direito a Replay em Abril. Que saudades!!!

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+ Vida Game

Soneto 092
             VIDA GAME

A vida não é virtual
Mas pode ser comparada
Com qualquer jogo
Que se jogue passando o tempo

Tem aquele que sempre ganha
Tem um outro que vive perdendo
Você pode jogar de dois
Você pode ter vidas ilimitadas

Mas quando chega na última vida
Você se arrisca um pouco mais
Mas com cautela, é a última

Elas vieram diminuindo aos poucos
E de repente parece que vai acabar
Como deve-se aproveitar esta única?

Maknim
28/01/2011
Sabe quando chega a hora que decidimos que é hora de arriscar, e arriscamos, mas, não somos como um jogo, se eu morrer eu não posso dar continue ou restart, mas posso muito bem aproveitar para fazer tudo, não importando se ganho ou perco, se o outro é melhor ou pior que eu, ou não, se vai ter alguém contra mim, ou se vai ter alguém no meu time para enfrentar alguns desafios, é tudo muito diferente, mas é exatamente igual, a arte imitando a vida.

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+ E Se Acabar?

Soneto 091
             E SE ACABAR?

Você cumpriu a promessa
Você mentiu, você mudou
Você escondeu a pressa
E permanece o que sobrou

Você fez muitos planos
Você quer fazer viagens
Durou por muitos anos
Seus sonhos, sacanagens

E quando menos espera
A surpresa vai chegar
O que você pressente

Não consegue imaginar
Curtiu e está vivendo
Mas e se um dia acabar?

Maknim
28/01/2011

E acabaou... como tudo, o que perdura são a lembrança dos momentos, mas uma hora acaba, um dia deixa de existir, um momento caimos na real e voltamos a viver a vida real.
Fala sobre o relacionamento de uma amiga que não tinha bem certeza se esse relacionamento era o que ela queria. E não foi, ou pelo menos depois que acabou não.

High Five - o/
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