sexta-feira, 4 de novembro de 2011

+ Ele Não É Ninguém

Soneto 165
             ELE NÃO É NINGUÉM

Ele não é gênio
Pois não me concede desejos
Ele não é mestre
Porque não deixa discípulos

Ele não é rei
Pois não tem coroa ou súditos
Ele não é deus
E ninguém se mata em seu nome

Ele não é igual
Pois eu e ele
Somos muito diferentes

Ele não é ninguém
Embora inunde-nos
Com suas ideias coerentes

Maknim
28/06/2011

Aquele tudo que não é nada...

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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

+ Paixão Diversificada

Soneto 164
             PAIXÃO DIVERSIFICADA

Em uma mesma época
Se apaixonar e não perceber
Não por uma pessoa
Mas tantas quanto pude ver

A linda negra, dócil e alegre
A baixinha fofinha e embriagada
A atual mãe perdida e adorável
A loirinha de fantasia delicada

Olhos claros, verdes penetrantes
Sorriso metálico, roupas colantes
Bem vestida em roupas conservantes

Escolhas que a mente ainda enfrenta
Diversas paixões e o corpo se tenta
Tantas quantas o coração aguenta

Maknim
27/06/2011

Mais uma das paixões e dessa vez tentei expressar a fundo o que venho tentando nas outras da mesma série, que é o fato de se apaixonar por mais de uma pessoa ao mesmo tempo, mas depois descobri que era o desejo incontrolável que tomava conta do corpo e da mente. Nesse soneto descrevi as "paixões" que surgiram no final do ano passado, época de término da faculdade...

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+ Garantia

Soneto 163
             GARANTIA

Não é garantido
Tenho tido esse mesmo azar
Eu não me garanto
Mas por enquanto vou tentar

Não há garantia
Mas talvez um dia eu vá voltar
Ninguém se garante
No exato instante que eu chegar

Nada é garantido
Algo está perdido
Quem que bate à porta e quer entrar?

Um pouco esquisito
Faço e tenho dito
Já não mais importa o que virá

Maknim
27/06/2011

Misturando um pouco os sentimentos da época, mas a inspiração mesmo veio de um certificado de garantia, só não lembro do que, e tentei tomar o sentido daquela festa de Parintins, onde há os bois Garantido e Caprichoso,,, quem sabe eu faça um soneto com o nome de Capricho, rs.

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

+ Tirá-la

Soneto 162
             TIRÁ-LA

Ela tira-me de seu pensamento
Vou tirar a água dos pulmões
Tirar o sopro do coração
Tirar o sangue da bexiga

Vou tirar a urina dos pés
Tirar o sustento do reto
Tirar a merda do cérebro
Tirar as ideias dos olhos

E tiro as lágrimas das mãos
Vou tirar o toque do pênis
Tirar o gozo da boca

E tirar o beijo do ânus
Tirar a hemorróida dos rins
Vou tirá-la do meu pensamento

Maknim
25/06/2011

Frases complementares para a ideia de que, se ela me tira de lá, eu a tiro daqui, e tudo mais que houver pelo corpo, onde uma frase começa em uma verso e termina em outro, dando um sentido mais amplo, diferenciado, escroto e escatológico.

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+ B.R.

Soneto 161
             B.R.

Quanto maior as dificuldades
Maior o sorriso no rosto
Vejo isso em todas as tardes
E no dia seguinte tudo de novo

Nos papéis trocados
Na comida preparada
Nos banheiros limpos
Nas portas vigiadas

Nas carrocinhas de reciclagem
Nos pratos servidos no almoço
A Baixa Renda é que move a cidade

E isso com pouco dinheiro no bolso
Quanto maior as dificuldades
Maior o sorriso no rosto

Maknim
22/06/2011

O que move nosso país, soneto dedicado a todos(as)vigilantes, faxineiras, cozinheiras, garis, carroceiro, serventes, ajudantes de pedreiros, de cozinha, camareiras, engraxates, e por ai vai, a toda classe trabalhadora que vive da Baixa Renda e mesmo assim mantem o animo de acordar no dia seguinta para ir à luta e garantir seu sustento e o de sua família, sempre mantendo o bom humor, o sorriso no rosto, a vontade de seguir dia após dia, coisa que muitas pessoas que tem condições até melhores e não tem essa capacidade de curtir e aproveitar o simples fato de estar vivo e ter condições de lutar e conquistar o que quiser, por mais difícil que seja.

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

+ Comparadas

Soneto 160
             COMPARADAS

Qual tem o melhor brinquedo?
Qual tem a melhor roupa?
Qual tem os maiores seios?
Qual pode ser mais louca?

Qual tem as melhores medidas?
Qual tem o melhor penteado?
Qual tem a menor roupa?
Qual tem o melhor namorado?

Qual tem o mais caro carro?
Qual tem o melhor emprego?
Qual tem a maior casa?

Qual se aposenta primeiro?
Qual demora a envelhecer?
Qual terá o último enterro?

Maknim
18/06/2011

Soneto que fala das comparações entre as mulheres. Segundo estudos, o homem faz de tudo para impressionar as mulheres, e as mulheres fazem de tudo para mostrar superioridade perante outras mulheres, sempre fazem de tudo para contar vantagem perante outras, e é verdade, é o que mais noto, sempre comparam o que elas tem com o que as outras tem. Duro, mas é verdade.

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

+ Vampiro Cristão

Soneto 159
             VAMPIRO CRISTÃO

Desde que ganhei minha nova vida
Não esqueci de quando era vivo
Das minhas vontades escolhidas
Novos sonhos então tenho tido

A água benta me tira essa sede
Algo que me queima por dentro
Eu honro a cruz na minha parede
Mas não a olho cem por cento

A noite fria me traz um vazio
Na biblia encontro o meu conforto
Me queima os olhos, a vista desvio

A luz do sol me aquece o corpo
Meu senhor me protege do frio
Agora em cinzas, vampiro morto

Maknim
15/06/2011

Esse segundo soneto, Vampiro Cristão, é uma sátira, uma brincadeira, imaginando-se como seria um vampiro se ele fosse cristão (diferente dos cristãos que são "vampiros"), os dois textos eu demorei muito tempo para elaborar, cerca de 2 anos, e o primeiro não ficou bem do jeito que eu queria, e esse ficou melhor do que eu esperava, satiriza bem mesmo, apesar de ser diferente daquilo que tinha imaginado.
Com relação ao texto, não há comentários adicionais, ele mesmo já mostra um cidadão cristão em vida, que depois de "diablerizado" transformou-se em um vampiro, e continuou sua rotina, tendo um final inesperado.
O texto ficou muito resumido devido a limiticidade que um soneto traz, mas acho que ficou bem explicado como foi ao vampiro descobrir a "nova vida" e logo o fim.

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+ Cristão Vampiro

Soneto 158
             CRISTÃO VAMPIRO

Vampirismo apocalíptico
Fazem da noite seu covil
Vampiridade pós modernismo
Agem como o mal sempre agiu

Para impor a sua vontade
Ele te mostra sua fé
Rituais, visão da realidade
Pra te sugar como ele quer

Drena toda a sua energia
A fim de te diablerizar
Te converter, ser o seu guia

Fazer sua crença então mudar
Demônios que andam de dia
Que a sua alma querem levar

Maknim
15/06/2011

Aqui criei dois sonetos que dividem-se, dois que tratam quase do mesmo assunto, trocando-se de posição o título, o primeiro trata-se de uma crítica e o segundo, que colocarei na próxima postagem, acaba sendo uma sátira do primeiro, uma sátira da popularização dos seres.


O primeiro soneto, Cristão Vampiro, é uma crítica aos cristãos radicais, que acabam se tornando "vampiros" com sua ideologia, mas não por isso, o fato é que eles acabam realizando o "vampirismo espiritual" segundo a doutrina espírita, ou mesmo, como costumo chamar, o vampirismo da energia vital, na mitologia, o vampiro drena nosso sangue, na vida real, esses "vampiros" drenan nossa energia, desgastam as pessoas com suas crenças e ideologias que eles querem impor para todos, mesmo a pessoa recusando-se ou não querendo aceitar o mesmo que ele, o cristão vampiro é isso, justamente aquele cristão que não respeita a opinião e opção dos outros, drenando a energia, desgastando com uma atitude que muitos reprovam, muitos odeiam, muitos abominam, enquanto para eles é um dever, já que já estão vampirizados.
Um dos termos, "diablerizar", apesar de levar esse nome e fazer alusão ao demonismo, é um termo usado no mundo do vampirismo para representar um ritual que um vampiro faz, fazendo um humano sugar seu sangue (no caso do texto, a energia do vampiro) para que ele também torne-se um igual, um cristão vampiro.


Não sei se fui bem claro, qualquer dúvida, deixe nos comentários.

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+ Rebaixado

Soneto 157
             REBAIXADO

Repare como as pessoas
Se rebaixam perante deus
Uma subcultura imposta
Para serem sempre servos

Se acontece de eu falhar
Eu sou o tolo e único culpado
Agora, se eu acertar
É deus que tem me ajudado

Humanos feitos para se igualar
E parar de se comparar
E acreditar no potencial

Seres feitos para se superar
Continuar a acreditar
Para alcançar seu ideal

Maknim
15/06/2011

Sem comentários complementares, o soneto já fala por si, e busquei usar esse título para provocar mesmo, já que rebaixado também é uma alusão ao diabo que tanto se teme dizer seu nome ou pensar. Agora paro para pensar: O primeiro mandamento diz "Não dizei meu santo nome em vão", ou seja, o nome de deus deve ser usado sob motivos segundo o próprio, porém mais se teme e mais se respeita falar em Diabo/Satanás/Demônio/Lúcifer do que falar deus/javé/jeová/aláh/shiva/budah e tudo que é deus que existe por aí. Essas coisas que me tiram a vontade de acreditar/respeitar alguma coisa, prefiro respeitar a mim mesmo e a outras pessoas.
Ultimamente tenho escutado muito uma banda, Suicide Silence, que tem letras na mesma ideologia que eu, na qual tenta abrir os olhos das pessoas para elas lutarem/acreditarem mais em si / por si do que se preocupar com coisas impostas pelos outros, afinal, todo ser humano é capaz de se superar, fonte de um poder inigualável, o ser humano é capaz de coisas que nem ele mesmo acredita, dependendo do seu estado psicológico.

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

+ A Morte da Cria

Soneto 156
             A MORTE DA CRIA

Sentado à beira da calçada
Com o olhar triste e vago
Sonhando, ainda acordado
Em lágrimas e de alma lavada

Vê seu feto no meio fio
Morrendo sozinho, com fome
Sem uma casa, sem um nome
Desvairado pelo vento frio

É a morte que o conduz
Antes fosse por uma cruz
Mas a cria, ali agora jaz

E levado como um andor
Noticia sua morte com amor
A qual tanta falta me faz

Maknim
14/06/2011

Um dos sonetos que escrevi falando sobre a morte de uma genialidade e criatividade da criação de Rogério Tolomei Teixeira, mais conhecido como Rogério Skylab, que iniciou o lançamento de uma coleção de Álbuns intitulados "Skylab", e na época foi o lançamento do último Skylab, o Skylab X, conforme colocado no Tocar para Esquecer, onde também já coloquei o soneto A Morte da Cria, como uma singela homenagem, inspirado pela capa do álbum.
Mas, apesar das obras da cria terminarem, o ciclo continua, e ainda há muito a se conhecer, muito a se divulgar, e por enquanto estou seguindo o blog do Rogério, que tem ótimas críticas, opiniões e notícias. o GodardCity!

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