sexta-feira, 22 de julho de 2011

+ Escuridão das Trevas

Soneto 112
             ESCURIDÃO DAS TREVAS

Caminho por esses corredores infinitos
Me esguio por essas paredes escurecidas
Seguro trêmulo a lanterna, ouço gritos
Pareço ouvir vozes daquelas desaparecidas

Elas me seguem e sem olhar eu não noto
Que atrás de mim há algo muito sombrio
Correntes arrastadas, coisas saem na foto
Mesmo o tempo abafado, vai ficando frio

Um vulto desprezível não mais me assusta
Essas lágrimas de sangue não tem sabor
Corpos pendurados, amarrados à balaústra

Trevas em escuridão, sem perdão, sem amor
Plena fuga, do que se mostra, nada custa
A maldade humana torna-se um puro horror

Maknim
24/02/2011
Escrevi esse soneto inspirado pelo jogo Fatal Frame 3, primeiro jogo que joguei no meu PS2, e devo admitir, realmente assustador, e tentei traduzir isso no soneto, dando um sentido que as trevas é onde vivemos, a escuridão é o que nos cerca e que todo o quadro de horror e medo que se passa é exatamente onde vivemos e o que passamos e as condições a que o ser humano se submete, sofrendo a consequencia de atos crueis e inumanos.

High Five - o/
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quinta-feira, 21 de julho de 2011

+ Mulher Desejada

Soneto 111
             MULHER DESEJADA

Posso seguir teus passos
Mas não consigo dá-los por ti
Posso olhar em teus olhos
E o que vejo é a lua a sorrir

Lutas que travas no dia a dia
Com paixão abraçando todo o mal
Transformando em um bem maior
Aquilo que foi sonho, hoje é real

Sorriso esse que confunde agora
Que me faz querer suas carícias
Com conselhos você me controla

Controla com palavras e malícias
Te faço gracejos aqui e agora
Querendo descobrir suas delícias

Maknim
24/02/2011
Terceiro soneto em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, puxando mais pelo lado sedutor da coisa, o lado que toda mulher tem, um Sex Appeal sem explicação, porque muitas mulheres lindas não conseguem o que mulheres consideradas "foras do padrão" conseguem, que é justamente criar uma atração para si, uma forte atração sem explicação.

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+ A Dama do Coração


Soneto 110
             A DAMA DO CORAÇÃO

Sentada em seu trono
De dentro ela comanda
Bate a balise no chão
Fecha-se a veneziana

No escuro ela sorri
Sussura coisas belas
Deixe o sol invadir
Apagam-se as velas

Ela organiza e prepara
Esse jantar só a nós
Em sonhos ela se declara

Querer que fiquemos a sós
Do coração ela não separa
Nesse corpo agora e após

Maknim
24/02/2011

Segundo soneto em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres. Como escrevi os três sonetos no mesmo dia, num lapso de criatividade, não dei vazão à complexidade da coisa, e a compreensão fugiu aos pretendido, que era dar a entender que uma mulher habita o coração das pessoas, e que lá dentro ela é rainha e soberana.

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+ Mulher Que É Mulher

Soneto 109
             MULHER QUE É MULHER

Mulher que é mãe
Que aconselha
Não mede esforços
Que sabe proteger

Mulher que é esposa
Que compreende
Que é companheira
Que sente prazer

Mulher que é filha
Que adora o abraço
Que precisa chorar

Mulher que é linda
Que é maravilhosa
Que sabe encantar

Maknim
24/02/2011

Soneto escrito em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, escrevi para participar da Programação da Semana da Mulher aqui da empresa, e fui um dos escolhidos para participar de uma palestra com Raquel Moreno, principal líder do movimento das mulheres e uma de suas conquistas foi a Delegacia da Mulher e a Promulgação da Lei em Defesa das Mulheres, e nessa palestra li no palco esse soneto, mas foi apresentado os seis que eu mandei, mas soneto são três que colocarei aqui em seguida.

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

+ Sorriso Angelical

Soneto 108
             SORRISO ANGELICAL

Ela abre o sorriso que ilumina
Flores desabrocham perfumadas
Borboletas voam descoordenadas
Tudo muda nos lábios dessa menina

O sorriso dela invade o coração
Gera encanto com tamanha graça
Inveja dos que passam na praça
Um sorriso que transborda emoção

Delicada, ela sorri
Para mim, para eles, meiga como é
Um sorriso raro e encantador

Falo coisas e ela ri
Sorriso de mãe, sorriso de mulher
Um sorriso carregado de amor

Maknim
15/02/2011

Não tinha outra foto melhor para ilustrar o que esse sorriso me transmite, mas qualquer foto com qualquer sorriso é um sorriso encantador que jamais deveria deixar esse rosto, mas quando ele vem é tão puro e delicado que dá vontade criogenar só para ele não sumir.

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+ Confronto Póstumo

Soneto 107
             CONFRONTO PÓSTUMO

Prossigo procurando pistas paralelas
Pena não poder ajudar, nem prometer
Pois tudo que ouço, são coisas delas
Pronto, tudo que vejo, vou esquecer

Primeiro passo, eu nada sei ainda
Portas se fecham quando a noite sai
Por que me colocam nessa berlinda?
Parceiros prometem, logo o dia vai

Pequenas histórias poderiam vingar
Por apenas segundos seriam eternas
Pelo tempo que assim me fez recuar

Próxima etapa, não sente as pernas
Permanece frígido no mesmo lugar
Pronto, cumpri minhas ações eternas

Maknim
13/02/2011

Devo admitir que esse não me lembro bem, mas com certeza foi alguma treta que teve depois de alguma coisa, por isso o póstumo, mas a real intenção do soneto foi escrever todos os versos começando-se pela letra "P", e que continham o maior número de palavras com a letra "P" possível, isso claro, sem ser repetitivo, então não há palavras com "P" repetidas, e tinha que ter algum sentido, então, saiu a ideia de um confronto.

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terça-feira, 19 de julho de 2011

+ Pai Perfeito

Soneto 106
             PAI PERFEITO

Ele me dá afeto e compreensão
Resolve todos nossos problemas
Com uma calma, age com razão
Finge resolver os seus dilemas

Me arrumou uma bolsa de natação
Onde eu não poderia mais entrar
E quando criamos nossa relação
Ele não vai querer nos abandonar

Minha mãe o adora, nem sei porquê
Coisas me fazem ainda duvidar
Ele diz que não quer nos perder

Nossa, ele parece muito me amar
Poxa, como não pude perceber,
Meu pai acabou de me matar...

Maknim
13/02/2011

Pois é, mais um inspirado em fatos e acontecimentos que vemos em filmes (O Padrasto) e na nossa própria rua (pelo menos na minha). Digo do fato do pai perfeito que sempre é maravilhoso para os filhos, nem tanto para a esposa, mas demonstra um Ágape pelos filhos, mas só na frente dos outros, pois ninguém imagina o que acontece longe dos olhos da sociedade, e geralmente acontece o pior, como um pai adotivo inconsequente que quase acaba com a própria vida, ou um pai que coloca os filhos para trabalhar para sustentá-lo, ou ainda aquele que espanca os filhos com o intuito de educá-los, quando na verdade, o que acontece aos olhos de quem está de fora é "nada", ninguém vê, ninguém percebe, ninguém fica sabendo, mas muita gente descobre e finge que não é verdade. Por essas e outras que não sinto assim tanto a falta de uma figura paterna na minha vida.

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+ Infinito Encontro

Soneto 105
             INFINITO ENCONTRO

Transformando um encontro casual
Em algo que não se possa prever
Você assiste, nota aquele casal
Esperando o que puder acontecer

Nobres coelhos servidos frescos
Vinho que embala a noite escura
Final da taça, gestos grotescos
Caminhada guiada, tira a altura

Um encontro sem fim, sem momentos
Que residem na memória que passou
Frente a tantos vis acontecimentos

A noite que nenhum de nós enganou
Passos largos dados pelos tempos
Encontro infinito que nem começou

Maknim
11/02/2011

Foi num desses encontros "não-encontros" que tive, e lembrei de um filme em que há uma cena que o casal fica reparando outros casais, e eu, enquanto estava ali no meu não-encontro, com uma parceira de uma não-casal, notávamos a ação e a reação de outros casais que nos circundavam, como as manias, atitudes e discussões, coisas que não estão longe dos nossos hábitos que nos impomos durante nosso tempo de vivência em relacionamentos, podem mudar as pessoas e os lugares e os momentos, mas certas coisas sempre se repetem.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

+ Pós Guerra

Soneto 104
             PÓS GUERRA

Copos cheios brindam os heróis
Assassinos de guerra que voltaram
Copos erguidos comemoraram o pós
Das batalhas diárias que travaram

Na mente ainda o desejo do lutar
Mas obrigados pelo próprio destino
Largam as armas, podem já sonhar
Cuidar dum corpo débil e franzino

Nos rostos se escondem os sorrisos
Não há honra que justifique os atos
Enganam, a verdade escorre nos pisos

Descrevem cada detalhe nos relatos
Hoje buscam descanso em seus paraísos
Mas da mente não escondem os fatos

Maknim
11/02/2011

E cada um trava sua luta diária, é veterano de sua própria vida, mas sem títulos ou honrarias por matar problemas diários que lidamos, por rastejar sob barreiras do desespero que assola e saltar muralhas de dificuldades que se erguem no caminho.

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