sexta-feira, 9 de setembro de 2011

+ Cadáver no Mato

Soneto 150
             CADÁVER NO MATO

O corpo estirado no meio do arbusto
Quiçá querendo que isso fosse justo
Covardemente, não há responsabilidade
O camaleão observa e tem curiosidade

O corpo jogado, perdido e esquecido
Servindo de pista de pouso às varejeiras
Quem sentiu falta do desaparecido?
Que vivia protegido por suas besteiras

Sumido e irreconhecível
Uma aparência desprezível
Sentindo-se bem pela solidão

Acompanhado pelos insetos
Não há espelhos nem teto
Que tire a sua satisfação

Maknim
10/06/2011

Para quebrar o assunto, mais um soneto escrito dia 10, dessa vez trocando totalmente o assunto tratado, ao invés das paixões e desejos, uma história fictícia que tem suas verdades.

High Five - o/
27

+ Deitar Ao Seu Lado

Soneto 149
             DEITAR AO SEU LADO

Amanhece e permaneço acordado
Hora de dormir e tentar sonhar
Mas nesta cama que estou deitado
Vem o desejo de junto a ti deitar

Quem sabe no caminho que criaste
Nos teus sonhos eu me encontro
Sustentado por uma haste
Junto a ti estou sempre pronto

Num edredon contigo
O frio fica mais quente
Sumindo então de nossas mentes

Mas a vontade é castigo
Que não acontece de repente
Que acontece na cabeça somente

Maknim
10/06/2011

Escrito um pouco a cada mês, depois de três meses saiu isso, a vontade de estar deitado da pessoa que se quer, que nunca acontece, somente o desejo permanece.

High Five - o/
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+ Esconder-me

Soneto 148
             ESCONDER-ME

Eu queria sumir
Só desaparecer
Tentar me esconder
Mas não para sempre

Só por um tempo
Para me recuperar
Só até sentir
Falta de mim mesmo

Sentir falta do corpo,
Dos sentimentos,
Da confusão diária

E da incerteza latente
De estar vivo
Ou só morrendo

Maknim
10/06/2011

São os pensamentos...

High Five - o/
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

+ Medo de Mim Mesmo

Soneto 147
             MEDO DE MIM MESMO

Medo do que eu possa fazer comigo
Quando eu não estiver mais em mim
Quando eu estiver fora de controle
Se eu sentir que me aproximo do fim

O receio dos grandes pesadelos
As tentações e a auto destruição
Pego pela máxima dos pensamentos
Tornando-me fraco e sem ambição

Não reajo às ações feitas
Não percebo o que se passou
Até voltar do sonho à realidade

Rio de lágrimas são colheitas
O subconsciente me dominou
Já não sei se é novo ou verdade

Maknim
10/06/2011

momentos em que a mente viaja e não sai da cabeça os pensamentos ruins, auto destrutivos, e isso que gera o medo, quando acontece isso, já aconteceu com muitos, pode acontecer com qualquer um, fazer o que não devia/queria num momento de fraqueza.

High Five - o/
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+ PT

Soneto 146
             PT

Praticando atrocidades
Terroristas escondem-se em nossa terra
Protegidos por uma lei
Tirana que favorece combatentes de guerra

Parlamentares escondem o real motivo
Tirando nossa atenção das barbaridades
Procurando desculpas aceitáveis
Tentando disfarçar o mal pelas cidades

Projetam uma saída furtiva
Tanto à noite, onde tudo é em vão
Poupando investigações de dia

Trazem seus amigos de partidos de avião
Poder está nas mãos dos grandes e o
Terror na mente da população

Maknim
10/06/2011

Essa me lembro bem, escrevi quando aconteceu aquele caso do Italiano que recebeu abrigo no Brasil, com todos indo contra a decisão do governo que se mostrou intransigente e não voltou atrás na palavra, governo esse ao qual fiz alusão no título, que é relativo e pode significar qualquer coisa, inclusive as iniciais dos versos.

High Five - o/
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terça-feira, 6 de setembro de 2011

+ Estadia Esquisita

Soneto 145
             ESTADIA ESQUISITA

Quando a estia deixa tudo complicado
Ela me diz que vai escrever um artigo
Escrito estranho com um fim inacabado
Ela está querendo que sejamos amigos

Ela espiava enquanto me esperava
Ela fez seu espetáculo no horário
Maravilhosa, espantada ela estava
Ela estreou um final extraordinário

A noita esfria, e o dia esquenta
A Espanha é longe e ninguém aguenta
Ela escuta e fica sempre mais atenta

Estrago tudo assim de forma violenta
Vazio estojo sem nenhuma ferramenta
A estrada segue e a estrela movimenta

Maknim
08/06/2011

Um soneto de ficção, ao escrevê-lo aqui demorei para me lembrar do sentido dele, mas eu estava com um sentimento por uma amiga, sentimento de descoberta, e a ideia do soneto surgiu ao colocar em todos os versos no mínimo uma palavra com o começo "es/ex", a começar pelo título. Confira!

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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

+ Degrau de Areia

Soneto 144
             DEGRAU DE AREIA

Estou sentado em meio ao tempo
E as luzes passam por mim
E passam, e passam assim
Deixando-me assim, sonolento

Pergunto-me em meio à tontura
Em que tempo eu estou?
Quem me quer me abandonou
Memórias fazem uma releitura

Contando os caquinhos
Infinitos pelo chão
Como os grãos de areia

Que espalham-se pelos caminhos
Enfileirados, grão em grão,
Apagando o que incendeia

Maknim
07/06/2011

Seguindo o embalo dos escritos do mês de Junho, senti vontade de escrever isso quando vi a foto do último álbum do Rogério Skylab, o Skylab X, que pode ser visto no blog Tocar para Esquecer, ou no site do Skylab. E o blog tratar dos momentos que sentamos em qualquer lugar e nos colocamos a observar as situações que passamos e as que estamos, e tudo isso se relaciona, areia, incendeia, vidros, caquinhos, vida, confusão, incompreensão, e por ai vai.

High Five - o/
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+ Revanche

Soneto 143
             REVANCHE

Eu to fazendo o possível
Eu me viro do avesso
Eu to querendo uma chance
E um novo recomeço

Você é mais do que incrível
Eu to perdendo o juízo
Nosso amor merece uma revanche
Chega desse prejuízo

E quando você vem
Pra ficar aqui comigo
Eu não escondo de ninguém

Esse amor correspondido
Um amor novo me faz bem
Me faz querer estar contigo

Maknim
03/06/2011


Eu escrevi isso seguindo a linha de ritmo de uma música sertaneja, mas não lembro como é, rs. Até pensei em escrever algumas letras para esse estilo, mas logo o dia acabou e veio o outro e o bom e velho rock and roll predominaram e parei com essas paradoxidades de estilos, nem sertanejo, nem funk, nem pagode, nem nada.

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+ Voltando ao Cortiço

Soneto 142
             VOLTANDO AO CORTIÇO

Ele volta ao cortiço para a vingança
Com ódio nos olhos e sangue nas mãos
Traz aquela velha e vaga lembrança
Também traz consigo seus novos irmãos

Sedentos, trazendo um quadro de cine
Embasbacados controlando seu poder
Embriagados, cometendo novos crimes
Que ninguém será capaz de resolver

Suas garras voltam-se para trás
Agora partem com gosto de vitória
Deixando mais pelos, terror traz

Como numa cena, montada a trajetória
Mostrava do que foi novamente capaz
Terror no cortiço gravado na memória

Maknim
03/06/2011
Como uma vingança do que aconteceu ao primeiro texto dessa história, escrita aqui no blog logo no começo com o texto Em Um Cortiço (clique para ler a primeira parte). Pretendo escrever mais algo sobre isso, mas por enquanto, estamos voltando ao cortiço.

High five - o/
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