+ Cenário

Soneto 060
             CENÁRIO

Quero desistir desse quebra-cabeças montar
Tantas flores são difíceis de encontrar,
Um castelo duro, quase perfeito pra morar,
E o céu parece impossível de alcançar.

Estou quase desistindo de escrever mais poesias
Tanto de tristezas quanto de alegrias,
Tando de amor sincero, quanto de ironias,
Seriam só mais palavras que você esqueceria.

E nesse meio sigo minha sina
Me perderia dentre qualquer esquina
Caçando ilusões nessas vitrinas

Vejo em teus olhos, suas meninas
Cenário lindo, nossa vida desatina
Mesmo perdido na grama fina

Maknim
31/08/2010

Mantendo o sentido "deprimido" da coisa, mas este comecei a escrever em 2006 quando eu estava montando um Quebra cabeças de 3000 peças, e consegui, mas só terminei de escrever os últimos versos na data acima, depois de 4 anos, mudando o sentido das coisas para não parecer o que é, mas é exatamente isso.

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+ Desprazeroso Castigo

Soneto 059
             DESPRAZEROSO CASTIGO

Já são quatro meses e uns dias
Que o machado não corta a lenha
A minhoca não atrai o peixe
A enchada não cavoca a terra

O braço não veste a luva
Nem o pé entra na meia apertada
Até as conversas trazem nenhum nexo
Quatro meses e uns dias, quem diria

Que a cabeça não encaixa no boné
O canuco não encorpa o Milk Shake
O lápis não vai apontador adentro

A corda não afunda no poço úmido
Que o corpo não adentra porta alguma
Nem mesmo querendo acontece algum sexo

Maknim
19/08/2010

Mesmo assunto, escrito no mesmo dia que o Querendo não querer, mas lembrando de outra coisa, lembrando da primeira vez, dos contatos contínuos e prolongado,,, e esse assunto se prolongou por muito tempo...

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+ Querendo Não Querer

Soneto 058
             QUERENDO NÃO QUERER

Aprendi sempre a não querer
Mas quero, mesmo não querendo
Não quero, mesmo querendo
Mas Quero, mesmo não podendo

Quero, sem ao menos entender
Quero, sem um arrependimento
Quero, sem nenhum sentimento
Quero, sem nem reconhecimento

Continuo pensando, a querer
Aquilo que brota, que floresce
Que do abrigo escondido é tão natural

Tudo que vejo tento esquecer
Não quero o que na memória cresce
Mas quero, só querendo que seja real

Maknim
19/08/2010

Continua o mesmo assunto no desprazeroso castigo... um amor, um alguém, um sexo, um relacionamento, um qualquer coisa que possa acontecer...

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+ Ridiculamente Chato

Soneto 057
             RIDICULAMENTE CHATO

A insistência
A questão do "não desistir"
Manter a persistência
Querer ir até o fim

O que era motivo de orgulho
Torna-se vergonha
A admiração some, torno-me fútil
Cada vez mais ridículo

Incompreendido moralmente
Sem eira nem beira
Resgatando resquícios de vontade alheia

Um desejo abismal
O círculo que nos afeta
Um chato que racionalmente se odeia

Maknim
18/08/2010

Antes, o orgulho de ser "insistente" e não desistir facilmente, agora, só uma vergonha de ser assim, às vezes enche o saco, demais, de um jeito que eu mesmo não aguento...

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+ Randônicos Olhos

Soneto 056
             RANDÔNICOS OLHOS

Sonho acordado ao sentir tamanho baque
Quando me ponho a olhar teus olhos nus
Resplandecentes, contrastam com a luz
Compenetrando o tom alvo da pele cáqui

Olhos que congelam de tamanha coloridade
Os verdes jade, os azuis de altos mares
Coléricos amarelos, castanhos em pomares
Vermelhos raivosos e brancos serenidade

Olhos arco-íris, de alegria intensa
Presentes divinos de furta cor imensa
Dançantes olhos embrulhados com amor

Hipnotizam-me, controlam todo o ser
De tal modo que jamais irei esquecer
Olhos de eu já nem sei mais de que cor

Maknim
17/08/2010

E os olhos eram verdes, eu lembro, um rolo antes do meu aniversário, e quando passou meu niver, o pensamento e a saudades vieram à tona.

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+ Felicitações Forçadas

Soneto 055
             FELICITAÇÕES FORÇADAS

Que diazinho de merda esse
Mais um bastardo fazendo aniversário
Imaginando desde o berçário o que faria se crescesse

Desejos, felicidades, parabéns
Não que alguém tenha lembrado
Mas pelos outros cobrado, pois esqueceram-se também

Comemorando com os amigos que não tem
Ganhando presentes de pura alucinação
Indo à lugares, cobrando o que prometem
E sentir falta depois da comemoração

Parabéns desejados a este jovem
Mais um ano de uma vida mal vivida
Querendo o que, dar, outros não podem
Só mais uma data que logo é esquecida

Maknim
05/08/2010


Soneto Invertido,,,
Com a aproximação do meu aniversário e vendo que a maioria não lembra do aniversário dos outros hoje em dia, só se o "orkut" lembrar, ai os outros desejam os parabéns, como alguma obrigação, não que todos se importem de verdade... mas, não que ninguém se importe também...

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+ Sem Espírito

Soneto 054
             SEM ESPÍRITO

Todos tem uma alma única, um eterno ser
Um espírito que nosso corpo tem tomado
Mas, e se eu não for eu? Nem você você?
E seu for somente algo criado, clonado?

Se eu nunca tivesse sido humano?
Se eu fosse um cavalo, ou uma diarreia?
Um limão espremido cheio de ideias?
Apenas laços, sedas, qualquer pano?

Espíritos divinos habitariam-me?
Seria um pedaço de materia invadido?
Perguntas seriam somente lamentos

Mas pessoas ainda sim falariam-me
Acredite nisso e não mais ficará perdido
Mas isso nunca sairia de meus pensamentos

Maknim
22/07/2010

Um pensamento que me acompanha diariamente.

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+ Janelas Entre Abertas

Soneto 053
             JANELAS ENTRE ABERTAS

Ansioso, meu destino algoz se força
Distraio-me entre diversas prioris
Confusos são os dedos apanhadores
Presos em garras afiadas em morsa

Aguardo enquanto as flores conversam
Lindas, elas se viram e por aí vão
Contemplo o caminhar na escuridão
Pisando em nuvens, movendo-se observam

Do sono surge a curiosa interjeição
Palavras correm como a brisa estia
E sonhos evocam completa inspiração

Espinhos correm, choram em demasia
Rosto que mostra completa admiração
Ecos que se escoam na noite fria

Maknim
20/07/2010

Alusão à duas amigas que conversaram entre si, se relacionaram e eu descobri, antes que elas pudessem me contar.
A coesão e comparação dos versos dão-se pelo motivo que essas férias foram as férias que passei mais dias ébrio, mais ou menos uns 20, claro, os outros 10 eu também enchi a cara, mas a viagem foi menor... não a ponto de me deprimir e me excluir...

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+ Embriaguez Espiritual

Soneto 052
             EMBRIAGUEZ ESPIRITUAL

Ousas me desafiar em duelo
Perto do fim a que me tenho
Força e coragem que detenho
Restos que me fazem em farelo

Olhando para o teto aqui no chão
Revirando-se sem apoio algum
Escolhas simples de um bebum
Flutuar sentindo a respiração

Esquecer pessoas, mitos, dilemas
Vozes, conhecidos e parentes
Encontrar resolução para problemas

Sentir interesses diferentes
Gelo, frutas, flores de alfazemas
Libertar o que prende nossas mentes

Maknim
15/07/2010

Quando manter o corpo embriagado já não é o bastante. Continuação das anteriores, e quanto mais eu escrevia, mais eu bebia, e quanto mais eu bebia, menos eu me compreendia.

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+ Observação

Soneto 051
             OBSERVAÇÃO

Depois do que corre nas veias
Pela primeira vez encarei um espelho
Em dias em que grudamos em teias
Em noites que nos rasgamos no meio

Pensamentos, atritos e conflitos
Parcerias, falas, cantos, choros
Olhando, escutando, ouvindo gritos
Sirenes, buzinas, pedidos de socorro

Observo as batidas, sentimentos
Cada nova frase um arrependimento
Estar vivo está sendo a opção

Se consertar em todos os momentos
Querer voltar, ou parar no tempo
Desejar refazer cada nova ação

Maknim
15/07/2010

Continuação do soneto anterior, nas reflexões que eu tinha do "por que estar vivo?", com a aparência desgrenhada, um momento de enclausuro de mim mesmo só pra tentar melhorar, sair daquela minha situação.
Foto de JIM MORRISON, estava quase assim, tirando o cabelo, já fiquei assim quando tinha cabelo comprido, hoje, é cabelo curtinho e barba comprida,,,rs.

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+ A Aparência

Soneto 050
             A APARÊNCIA

Três semanas sem me barbear
Sem olhar na rua os carros a passar
Sem um espelho para me asquerar
Sem as dores para suportar

Três dias sem telefones
Sem datas, horários e nomes
Compromissos, nem os fones
Sem novas formas ou cones

Somente em mim a voz ecoa
Enquanto ainda penso nela
O tempo passa, o tempo voa

Mais percebo além da janela
Um piar triste enquanto voa
Levando um eu a quem der trela

Maknim
15/07/2010

Pior e melhor época eu diria, teve momentos bons e maus esse mês de Julho, algumas surpresas, algumas decepções, algumas lembranças...
A foto é de um filme que assisti esse fim de semana, chamado HOSPÍCIO MALDITO, em que um cara se faz de louco para não ir para o corredor da morte, mas o personagem é transtornado e muito psicótico, indo atrás de muitas vítimas para saciar sua vontade de matar, bom suspense,,,

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+ O Cubículo

Soneto 049
             O CUBÍCULO

Paredes de metal que me circulam
Apenas cercam meu verdadeiro eu
Escondo-me de mim mesmo, sou teu
No meio, o banco elétrico simulam

E os vidros, observado como um rato
Olhos que vigiam, me fazem vigília
Torno-me virgem, uma noite síria
Nem liberbade, tampouco um contato

Mas eu sigo, eu subo e desço
E aos visitantes agradeço
Ainda que não entrem, invadem

E novamente rotina, tudo igual
Sinto-me preso, e tudo é natural
Apenas espero, os outros partem

Maknim
29/06/2010

Lembro do dia que eu, o Caio, a Bruna e a Priscila tinhamos ido ao Shopping D, e o elevador de lá é todo de metal com vista panorâmica da praça de alimentação, e quando tocamos no assunto do elevador, eu tinha dito que meu quarto era igual aquilo, um cubículo de metal, o que era brinks, e daí, não lembro se no mesmo dia, fui escrevendo e saiu esse soneto.
Abraços aos meus três queridos que muito fizeram a diferença na minha vida nessa época, que foi muito difícil, me ajudaram e o principal, me aceitaram, estiveram ainda do meu lado.

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